O ministro da Previdência Social, José Pimentel disse, na quarta-feira (20), que nenhuma categoria obteve ganho real maior que os aposentados e os pensionistas no último ano.

Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Pimentel afirmou que os bancários, os petroleiros e os metalúrgicos, por exemplo, tiveram aumento abaixo dos 2,5% dado às pensões e aposentadorias neste início de 2010.

"Neste 2010, nós estamos garantindo ganho real 2,5%. Este ganho real, somado com a inflação, dá 6,14%. É o maior para todas as categorias. Se pegar o ganho real dos petroleiros, dos metalúrgicos, das grandes categorias, nenhuma teve ganho real superior a 2,5%", declarou o ministro.

Pimentel disse que as reclamações dos aposentados só são "justas" quando se referem às perdas acumuladas nas décadas de 1980 e 1990. Nesse período, ressaltou o ministro, o governo federal repôs no máximo 30% da inflação a cada ano.

"Essa reclamação é justa porque diz respeito a esse período em que o Estado não pagava nem a inflação. A partir de agora, criamos condições para recuperar o poder de compra", afirmou.

O ministro da Previdência destacou ainda que os 18,9 milhões de aposentados e pensionistas que recebem o piso previdenciário acumularam um aumento de 63% desde o início do Governo Lula.

Segundo ele, as condições estão sendo criadas para repor o poder de compra das demais aposentadorias.

José Pimentel defendeu a distinção entre as contas das Previdências urbana e rural, feita no orçamento aprovado pelo Congresso no final do ano passado, para acabar com a concepção de "rombo" previdenciário.

Enquanto a Previdência urbana teve saldo positivo de R$ 6,05 bilhões em 2009, a rural acumulou déficit de R$ 40 bilhões.

Aposentados reagem

A Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) considerou as declarações do ministro da Previdência, José Pimentel, contrária aos interesses dos aposentados.

"O enfoque do ministro é outro. Nossa visão é contrária, nós estamos perdendo. O salário mínimo terá um reajuste de 9,68% e nós teremos 6,14%. Estamos perdendo poder de compra. Na prática estamos perdendo 3%", considerou o diretor-financeiro da Cobap, Nelson Osório.

No dia 23 de dezembro, o presidente Lula assinou uma medida provisória que aumenta o salário mínimo de R$ 450 para R$ 510, e reajusta as pensões e aposentadorias acima do mínimo em 6,14%.

O aumento real dos aposentados repôs a inflação de 2009 mais 50% da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2008. Os valores passaram a vigorar a partir do dia 1º de janeiro.

A medida foi encaminhada para votação no Congresso. Segundo Osório, a Cobap irá pressionar para que o mesmo reajuste do mínimo, de 9,68%, seja dado aos aposentados.

No início do ano legislativo, no próximo dia 2 de fevereiro, os aposentados prometem dar início a uma campanha nacional para pressionar o Congresso por um reajuste maior de aposentadorias e pensões.

"Esse ano é ano eleitoral. Vamos pressionar e fazer a campanha de que ‘sem aprovação, não tem reeleição’. Quem não nos apoiar, não terá o apoio dos aposentados, dos filhos dos aposentados, dos vizinhos dos aposentados. Queremos que os parlamentares não se deixem influenciar pelos cálculos frios desses economistas", declarou Osório.

Fonte: Diap com Agência Estado

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