Entre 1998 e 2008 o número de mulheres que trabalhavam em ocupações precárias passou de 48,3% para 42,1%, enquanto o número de homens que desempenhavam as mesmas passou de 31,2% para 26,2%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta segunda-feira (8).
O Ipea considera ocupação precária aquela com renda inadequada, que está na informalidade ou não é remunerada.
No que diz respeito aos salários, os dados mostram que as mulheres ganhavam R$ 612,18 em 2002 e os homens, R$ 978,18. Seis anos depois, as mulheres passaram a ganhar R$ 700,88 e os homens, R$ 1070,07. Na comparação entre os dois grupos, a renda das mulheres aumentou R$ 88 e dos homens, R$ 91,89.
Segundo o estudo, apesar das diferenças salariais houve ligeira aproximação entre a renda de homens e mulheres. Em 2002 elas recebiam 62,6% da renda masculina e em 2008 passaram a receber 65,5%. A pesquisa alerta que apesar da ligeira aproximação salarial, é preciso investir em ações específicas para enfrenta as desigualdades de gênero.
"A gente pode falar de avanços, porque as mulheres estão cada vez mais no mercado de trabalho, mais na política. Houve avanços, mas tímidos", afirmou a coordenadora da pesquisa, Natália Foutoura.
O estudo explica que a diferença de renda entre os dois grupos se explica pela menor jornada de trabalho das mulheres, pela ocupação de postos de trabalho de má qualidade e pelas barreiras para a ascensão profissional das mulheres nos ambientes de trabalho.
De acordo com a pesquisa, as mulheres têm mais anos de estudo do que os homens. Em 1998, as trabalhadoras com 15 anos de idade ou mais tinham em média seis naos de estudo, enquanto os homens na mesma faixa etária, haviam estudado por 5,8 anos em média.
Em 2008 o tempo de estudo nos dois grupos aumentou, mas as mulheres continuaram tendo mais anos de estudo. Entre as jovens de 15 a 17 anos, 56,8% frequentavam o ensino médio, enquanto entre os jovens de mesma idade, esse percentual era de 44,4%.
A mesma realidade se repete no ensino superior. Em 2008, das mulheres entre 18 e 24 anos, 15,7% frequentavam o ensino superior, enquanto o percentual de homens na mesma faixa etária era de 11,8%.
As mulheres também trabalham mais horas nos afazeres domésticos do que os homens. Pela pesquisa, em 2001, as mulheres se dedicavam por 29 horas aos trabalhos da casa e os homens 10,9 horas. Isso representa uma diferença de 18,1 horas.
Em 2008, as horas dedicadas as tarefas domésticas reduziram em ambos os grupos, mas as mulheres continuaram trabalhando mais horas que os homens. Elas dedicavam 23,9 horas aos trabalhos domésticos e eles 9,7 horas. Nesse caso a diferença entre homens e mulheres é de 14,2 horas.
Fonte: Agência Brasil