Crédito: CUT
CUT Efusivos e prolongados aplausos à nacionalização da empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) pelo governo argentino marcaram a abertura do II Congresso da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA) na noite de terça-feira (17), em Foz do Iguaçu-PR. O evento reúne até sexta-feira 580 dirigentes de 65 centrais sindicais de mais de 40 países do Continente.

"Tenho a honra e o orgulho de havermos retomado a YPF para o controle público", afirmou o vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, frisando que a nacionalização de uma riqueza estratégica para o desenvolvimento de qualquer país como o petróleo, "além de ser um imperativo moral, é uma ferramenta para o crescimento com inclusão". A YPF foi retomada da multinacional espanhola Repsol.

"Como não vamos nos somar pelos que lutam pela soberania energética de seus países e povos?", questionou o secretário geral da CSA, Victor Báez, manifestando sua solidariedade à decisão argentina de "frear os abusos do capital transnacional".

A saudação do ex-presidente Lula para que "hoje, mais do que nunca", os trabalhadores vão à luta e se façam ouvir, combatendo os "abusos do sistema financeiro e o confisco dos direitos", emocionou o plenário, que respondeu com um mar de aplausos.

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SUPERAR A HERANÇA NEOLIBERAL

O presidente da CUT, Artur Henrique, defendeu que "a superação da herança do modelo neoliberal necessita de uma integração cooperativa e solidária, que garanta o desenvolvimento sustentável".

Artur conclamou os sindicalistas a somarem esforços pelo "controle e regulação do sistema financeiro internacional", garantindo que os vultosos recursos atualmente esterilizados na especulação sejam injetados no fortalecimento do mercado interno, na geração de empregos decentes e na distribuição de renda. "Este é o nosso grande desafio", sublinhou.

O dirigente cutista defendeu ainda a liberdade e a autonomia como elementos fundamentais para a construção de sindicatos fortes, representativos e organizados por ramos de atividade. Artur repudiou os assassinatos de lideranças dos trabalhadores em países como a Colômbia e a Guatemala, e condenou práticas antissindicais de governos e empresas que estão atacando o direito de greve e destruindo a organização dos trabalhadores.

"O neoliberalismo tem que morrer", enfatizou Sharan Burrow, secretária geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), frisando que "há uma guerra contra os direitos dos trabalhadores, numa campanha orquestrada pela desregulamentação, para demitir à vontade, para rebaixar salários". "A ganância é o coração do sistema financeiro, é a arquiteta da miséria", disse.

Representando o governo brasileiro, o secretário geral da Presidência da Reública, Gilberto Carvalho, saudou a "nacionalização da YPF" e lembrou que a crise dos países capitalistas centrais nos oferece novas, oportunidades para projetarmos uma nova sociedade.

"Mas esse novo modelo não será fruto de um laboratório, mas da nossa coragem e ousadia, da luta dos trabalhadores, dos movimentos sociais, dos partidos e governos comprometidos com a construção de alternativas ao capitalismo consumista, que multiplica a exclusão", acrescentou Carvalho.

Entre outras lideranças, integraram a mesa de abertura o presidente da CSI, Michael Sommer; a presidenta da CSA, Linda Chávez; o secretário de Política e Desenvolvimento Sustentável da CSA, Rafael Freire; o presidente da UGT, Ricardo Patah; o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves; a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, e o coordenador do gabinete da Presidência do Paraguai, Miguel Angel Perito.

Fonte: CUT

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