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O dirigente sindical frisa que, mesmo com o resultado do levantamento, os bancos se negaram a admitir a existência da discriminação e, como consequência, a inclusão de uma cláusula na convenção coletiva da categoria prevendo um programa que tivesse como objetivo a igualdade de oportunidades. Mas devido à insistência dos bancários e da entrada em cena do Ministério Público do Trabalho, em 2008 os bancos concordaram em realizar uma pesquisa conjunta sobre o tema, conhecida como o Mapa da Diversidade.
O que mostrou a pesquisa
Entre outras injustiças cometidas pelos bancos, o levantamento mostrou que apenas 19% dos bancários são negros contra 35,5% no conjunto dos trabalhadores no Brasil com carteira assinada. Somente 4,8% dos postos de diretoria e superintendência e 14,9% das gerências são ocupados por negros. O estudo comprovou também que os bancários negros recebem em média 84,1% do valor do salário dos brancos, sendo as bancárias negras ainda mais discriminadas.
Por causa da pressão dos sindicatos, e a partir da publicação desses dados, os bancários conquistaram uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho instituindo mesa temática sobre igualdade de oportunidades. A Febraban também implantou um programa de valorização da diversidade, com o objetivo de combater a discriminação e promover a busca de direitos iguais para todos.
"Conquistamos avanços importantes, mas não basta obter conquistas no papel. As pesquisas mostram como o preconceito funciona na vida real e é necessário avançar para acabar de uma vez por todas com as discriminações, até que conquistemos na prática o pleno direito de igualdade e de cidadania para todos os brasileiros", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
Reforçar a luta pela igualdade
Por todo o país, sindicatos de bancários realizam atividades nesta sexta-feira, dia 19, para reforçar a luta contra o preconceito e pela igualdade de oportunidades.
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"A luta dos homens e mulheres negros contra a discriminação alcançou muitos avanços nos últimos anos, mas vamos estar muito mais perto de uma verdadeira igualdade quando essa luta passar a ser de toda a sociedade. A verdadeira solidariedade se dá quando passamos a nos incomodar com o privilégio de ser branco numa sociedade racista como a nossa, em que há uma disputa claramente desigual no acesso ao emprego, educação e outros setores. Isso precisa ser um incômodo para todos", afirma Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT, com Seeb Rio de Janeiro