"Não me peçam para que os trabalhadores paguem outra vez com o arrocho de salário. A gente não pode diminuir salário". Esse foi o recado do presidente Lula aos empresários, deixando claro que não pedissem ao governo incentivos para a redução de salários.

Lula falou durante a abertura do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, iniciativa do Conselho de Desenvolvimento Economic e Social (CDES) que reúne, nesta quinta e sexta-feira, autoridades e intelectuais do Brasil e de vários países. A CUT e a Contraf estão participando do evento.

O presidente garantiu que a meta do governo brasileiro é manter o crescimento da economia em meio à turbulência da crise financeira internacional.
Para isso, a receita, segundo o presidente, é a retomada do papel do Estado. "Eu estou convencido de que a saída para essa crise que estamos vivendo só acontecerá se os governantes do mundo assumirem o papel de governantes dos seus países. Houve, durante duas décadas, uma apatia, porque as pessoas eram eleitas sob a égide de que o Estado não valia nada e de que tudo seria resolvido pelo mercado e que o papel do governante era enxugar o estado e reduzi-lo ao mínimo possível porque ele atrapalharia a economia", argumentou o presidente.

O presidente salientou ainda que é preciso saber se os governos conseguirão ser os indutores da economia e não permitirão mais tanto espaço para que os mercados decidam seus rumos. "Precisamos saber se os líderes políticos assumirão o seu papel e se os Estados assumirão o seu papel de indução da economia", questionou. "O que vamos discutir no G-20 é que chegou a hora da verdade e da política, não tem contemporização", disse Lula no final do discurso.

Fonte: Contraf/CUT, com Estadão e G1

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