O futuro do Banesprev, um dos fundos de pensão dos funcionários do Santander, está em jogo desde o dia 1º de março, quando os participantes e assistidos começaram a receber pelo correio as cédulas de votação do plebiscito sobre a reforma do estatuto da entidade. Caso sejam aprovadas, as mudanças impostas pelo Santander podem prejudicar, e muito, os bancários.

A exemplo das demais entidades sindicais e a Afubesp, a Contraf-CUT orienta o voto NÃO à reforma, aprovada na tumultuada assembléia do dia 1º de agosto, sobretudo pela mudança do Conselho de Administração, cujos integrantes serão reduzidos de sete para seis membros com a exclusão da vaga da antiga Direp.

Como esse colegiado tem quatro integrantes indicados pelo Santander e os outros dois são eleitos pelo voto direto, o banco passará a ter permanentemente os 2/3 no Conselho para mudar sozinho o estatuto, regulamentos (onde se estabelece a maioria dos benefícios e responsabilidades), prestação de contas e alienação de bens imóveis. Todos os planos do Banesprev ficam mais vulneráveis.

"Abrir mão da terceira vaga, que era da Direp, significa passar um cheque em branco ou entregar o cartão e a senha para o Santander. Nós precisamos recusar esse pacote com maldades e fazer uma nova reforma no estatuto para que seja mantido o Conselho com sete integrantes e a cadeira vaga seja ocupada por outro representante eleito diretamente por todos, equilibrando melhor as forças e valorizando os participantes e assistidos", salienta Ademir.

Conforme documento das entidades sindicais e Afubesp, "o Plano II pode sofrer alterações na taxa de contribuição; forma de custeio; contagem de tempo para cálculo do beneficio de aposentadoria (30 anos homem e 25 mulher); tempo de cargo em comissão para apurar o valor do beneficio (hoje 3 anos); equivalência de salários entre ativos e assistidos. No Plano III há possibilidade de alteração da taxa de contribuição; forma de custeio e alteração da idade para requerer benefícios e no Plano V as mudanças podem afetar a forma de correção dos benefícios".

Cuidado: o presidente do Banesprev é do Santander

O presidente do Banesprev, Jarbas Antonio de Biagi, enviou carta, às custas da entidade, pedindo o voto SIM para todos os participantes e assistidos.

A iniciativa tem sido duramente criticada por muitos banespianos, na medida em que o fundo de pensão não ofereceu o mesmo direito aos defensores do voto NÃO. O presidente da Afubesp, Paulo Salvador, e o secretário-geral José Reinaldo Martins, mandaram uma correspondência ao presidente do Banesprev pedindo o mesmo espaço, mas até agora não obtiveram resposta.

Na carta, Jarbas enumera algumas melhorias na reforma, mas não aponta o grave prejuízo com a redução no conselho deliberativo. "Essa carta, que pode enganar o voto de muitos colegas, comprova por que o seu autor, que é presidente do Banesprev, tem sido indicado há muitos anos pelo Santander para ocupar esse cargo", destaca Ademir.

Vote NÃO até o dia 19 de março

O plebiscito do Banesprev vai até o dia 19 de março e a votação é pelo correio. Estão aptos a votar cerca de 30 mil associados, sendo que 3,8 mil estão na ativa.

"Quem não recebeu a cédula de votação deve entrar em contato com o Banesprev. É importante que todos participem e defendam nosso fundo de pensão, dizendo um sonoro não à reforma estatutária imposta pelo Santander", conclui o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Roberto de Almeida.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo e Afubesp

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