São Paulo – Os bancários venceram mais uma batalha da guerra travada há três anos com a direção da Nossa Caixa pelo pagamento de uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mais justa.

Nesta sexta-feira, dia 27, os funcionários do banco público recebem a regra da PLR, conquistada na campanha nacional de 2008, que passou este ano a ser de 90% do salário (e não mais 80%, como vinha ocorrendo nos anos anteriores) e com reajuste na parte fixa: R$ 878 para R$ 966. Além disso, receberão o valor adicional, que corresponde a 8% da variação do valor do crescimento do lucro dividido entre os empregados em partes iguais, com limite de R$ 1.980. Vale destacar que, do total a ser depositado nesta sexta, serão descontados os valores já pagos em novembro, com a primeira parcela da PLR e do adicional.

Mais que merecido – Para a diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa Raquel Kacelnikas, nada mais merecido que reconhecer o esforço dos bancários pagando mais PLR. "Sabemos que dinheiro não é tudo e queremos mais respeito e melhores condições de trabalho também, mas essa notícia vem como um alento para quem enfrentou um 2008 muito duro e sofrido. Todos acumulamos serviço com os desligamentos sem novas contratações e vivemos muita tensão nos locais de trabalho, com todo o processo de mudança do controle do banco", diz.

Ela lembra também do recorrente desrespeito da Diretoria de Rede (DRD) pelos funcionários do banco. "A DRD passou o ano todo jogando os bancários de lá para cá para cobrir os buracos que a própria direção da Nossa Caixa ia abrindo com os desligamentos de aposentados, por exemplo. As mudanças de local de trabalho foram sendo feitas de forma arbitrária, sem o cuidado de ver como isso poderia prejudicar a vida do funcionário, se ele tem filhos na escola, se estuda perto."

Apesar de você – Raquel destaca também a importância do trabalho árduo dos bancários para fazer o banco chegar ao bom resultado apesar de todas as atitudes tomadas pelo governo de José Serra nos últimos anos. Medidas que colocaram em risco a própria sobrevivência do banco, a exemplo dos saques gigantescos para financiar obras como o Rodoanel e o pagamento ao Santander pelo direito de receber contas que já eram suas.

"É bom lembrar também que, apesar do crescimento do número de clientes de órgãos públicos herdados do Santander, a Nossa Caixa está com um déficit de cerca de 2.200 funcionários, pois a empresa vem desligando funcionários desde 2004. Desde então, foram demitidos cerca de 3.500 bancários e pouco mais de mil foram contratados", diz, lembrando que uma das conseqüências da redução no número de funcionários é o crescimento no número de reclamações por demora no atendimento nas agências. "E, apesar de todas essas dificuldades, os bancários da Nossa Caixa surpreenderam mais uma vez de forma positiva e garantiram um crescimento expressivo no lucro do banco", comemora Raquel.

Fonte: Danilo Pretti Di Giorgi – Seeb/SP