Magda Koenigkan, viúva de Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora tucana Yeda Crusius, já está em Porto Alegre. Ela veio ao Estado especialmente para depor, nesta quinta-feira, dia 9, na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, atendendo convite do deputado Paulo Azeredo (PDT) e do ex-ouvidor do Estado, Adão Paiani.

As declarações da empresária estão sendo aguardadas com muita expectativa. Ela está trazendo novas informações, segundo Paiani, que confirmariam as denúncias do empresário Lair Ferst e comprovariam o funcionamento do esquema de formação do caixa dois da campanha da governadora em 2006.

A afirmação de Paiani tem base nos documentos deixados por Marcelo, que Magda entregou ao Ministério Público Federal, em Brasília, incluindo o manuscrito do depoimento que o ex-assessor daria ao MPF.

Se a viúva decidir apresentar cópias dos documentos deixados pelo marido, a sessão na Assembleia deverá ser fechada. Isto porque, eles agora correm em segredo de Justiça. Se optar somente pelo depoimento, terá que limitar-se ao que pode tornar público. A gravidade do conteúdo do depoimento, seria a razão para que a viúva tenha chegado incógnita a Porto Alegre na segunda-feira à tarde.

"Nossa intenção, com isto, era garantir a segurança de Magda", justifica Azeredo. Esta foi a única exigência da viúva, atendida pela contratação de seguranças particulares.

Fórum dos Servidores Públicos pede impeachment

O Fórum dos Servidores Públicos do Estado (FSPE) protocolou às 14h desta quarta-feira, dia 8, na presidência da Assembleia Legislativa, pedido de impeachment da governadora. O pedido é assinado por 34 pessoas que integram o coletivo.

Conforme a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane de Oliveira, uma das autoras do pedido, o documento está embasado no conjunto de denúncias de corrupção que envolve o governo do Estado, com destaque para as últimas revelações do ex-integrante da campanha da governadora e um dos indiciados pelo fraude no Detran, Lair Ferst.

"Queremos o afastamanto de Yeda Crusius amparados na lei federal que explicita o crime de responsabilidade", explicou Rejane. Segundo esta legislação, atos de improbidade administrativa, descumprimento do Orçamento e desrespeito às leis podem ser enquadrados como crime de responsabilidade.

Ao receber o documento, o presidente da Assembleia, Ivar Pavan (PT), disse que ainda nesta quarta-feira o encaminhará à Procuradoria da Casa para análise dos requisitos formais.

Oposição exige CPI

O deputado Dionilso Marcon (PT) entende que a CPI da Corrupção precisa ser instalada na Assembleia Legislativa. Segundo ele, as notícias veiculadas na imprensa na segunda-feira, dia 6, revelam o que a sociedade gaúcha já desconfiava. No entanto, agora são os próprios amigos da governadora e participantes ativos da campanha tucana que denunciam o uso de caixa 2.

Além disso, na opinião do deputado, é muito grave o fato de que nomes de parlamentares gaúchos também estejam envolvidos em supostos desvios de recursos públicos e pagamento de propinas para integrantes do governo Yeda.

Segundo o petista, a CPI pode revelar um mega esquema de corrupção no Estado e não há mais razão que justifique que alguns deputados estaduais não assinem o pedido de CPI na Assembleia Legislativa.

Fonte: Correio do Povo e Assembleia Legislativa