“A marcha do final do ano já virou uma tradição importante e entrou definitivamente para o calendário sindical. Nas primeiras edições, nossa pauta estava mais focada na valorização do salário mínimo. E conquistamos. No final de 2006, o governo fechou um acordo com as centrais para definir um cronograma de aumento para o mínimo até 2010. A cada ano, a marcha tem ampliado as conquistas e os trabalhadores têm conseguido colocar suas demandas na ordem do dia, com uma pauta que também interessa a toda sociedade brasileira”, explica Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato.
Na semana passada, a CUT e outras centrais se reuniram com o presidente Lula para garantir o novo valor do mínimo e o respeito ao acordo firmado entre o governo federal e a representação dos trabalhadores. O presidente confirmou e deve anunciar oficialmente o reajuste em cadeia de rádio e televisão no domingo que vem (dia 1o). “O governo manteve o acordo, apesar de pressões políticas que o Executivo vem sofrendo para refrear o reajuste, principalmente dos empresários e parlamentares que os representam”, comenta Marcolino.
O presidente do Sindicato lembra que a luta pela valorização do salário mínimo já conseguiu, com o novo reajuste, mais do que dobrá-lo nos últimos seis anos. “Em 2003, o mínimo estava em R$ 220. Com nossa luta conseguimos elevá-lo para R$ 465 em seis anos. É uma conquista importante não só para quem ganha menos, mas para todo o Brasil, já que o salário mínimo vem impulsionando os rendimentos do trabalhador”, diz.
De 2003 a 2008, o rendimento médio do trabalhador teve incremento de 11,3%. Há cinco anos, a média era de R$ 1.132,13, e no ano passado, atingiu R$ 1.260,24. “Ainda estamos longe do salário mínimo ideal proposto pelo Dieese. O trabalhador brasileiro deveria receber R$ 2.014,73 para suprir suas necessidades básicas e da família. Mas ainda temos um longo caminho de lutas pela frente e vamos conseguir chegar lá”, garante Marcolino.
Fonte: SEEB – SP / Fábio Jammal Makhou