O governo já tem um desenho do pacote de medidas, que deve ser divulgado em breve, para reduzir o spread e desobstruir o crédito bancário. As principais propostas em discussão são: o Banco Central assumirá a regulação dos cartões de crédito, a Caixa Econômica estimulará fusões e aquisições de bancos pequenos, a Caixapar, que será constituída com patrimônio de R$ 3 bilhões, vai adquirir participações em bancos médios e provê-los de funding para que possam voltar a emprestar e o BNDES poderá operar um sistema de seguro de crédito. Avalia-se a possibilidade de o BNDES usar, para isso, o Fundo Garantidor de Promoção da Competitividade (FGPC).

Essas são algumas das sugestões do grupo de trabalho criado pelo governo para apontar soluções para a baixa dos spreads e retomada do crédito, necessários à reativação da economia.

A CEF e o Banco do Brasil devem assinar, nesta semana, um convênio com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) se comprometendo a conceder isenção de tarifas bancárias e juros menores para os cerca de 500 mil clientes potenciais que a central tem como associados.

"Vamos jogar pesado na concorrência", adiantou uma fonte qualificada do governo. A ideia é estender a todas as entidades organizadas a possibilidade de assinar convênios dessa natureza, atraindo clientes para os bancos públicos. Com isso, espera-se induzir os grandes bancos privados a também reduzir o custo do dinheiro.

O segmento de cartões de crédito vive num limbo regulatório e o governo não vê razão para as administradoras cobrarem juros de 7%, 8% até 9% ao mês. Hoje, o BC desconhece as taxas de juros e os spreads cobrados pelos cartões. Desse setor, a autoridade monetária conhece apenas os volumes emprestados, que chegam a R$ 75 bilhões. Estando sob sua regulação, o mínimo que o BC poderá fazer é dar transparência aos dados das administradoras.

Com a compra de participações minoritárias e posterior capitalização de bancos médios, como a CEF pretende fazer, o governo espera que essas instituições voltem a operar com as médias empresas, no crédito consignado e de veículos usados e motos, áreas que ficaram órfãs do crédito na crise atual.

Fonte: Valor Econômico / Alex Ribeiro e Claudia Safatle

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