A bem-sucedida missão do presidente Lula e da respeitada diplomacia brasileira em Teerã, jogando cartada decisiva em favor da paz e do desarmamento, é motivo de alegria e de orgulho para todo o povo brasileiro. Reafirma-se a importância crescente de nosso país no cenário internacional, além do perfil de Estadista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que renova seus compromissos com a paz e o entendimento entre os povos.

O confronto e a guerra não interessam, de forma alguma, aos povos. Em pleno século 21 não podemos nos privar do diálogo e do entendimento, nem podemos crer que as soluções de força e o enfrentamento possam produzir nada além da destruição, da morte e da disseminação do ódio. O Brasil, tanto pela índole pacífica de seu povo quanto pela tradição de competência diplomática, jamais abriu mão da defesa da autodeterminação dos países e da via pacífica na solução dos conflitos. Agora, sob o comando do presidente Lula, nosso país se recupera de vários anos longe do cenário das decisões internacionais, marginalizado dos centros do poder político e econômico, em posição desimportante que não se coaduna com a vocação de grandeza e o desenvolvimento que apresentamos diante de todo o restante das Nações.

 

A política externa do Brasil sob a égide do governo Lula voltou a gozar da respeitabilidade que nos marcos em tantos momentos da história. Desde a figura excepcional do Barão do Rio Branco, mediando conflitos, traçando as linhas de uma diplomacia do mais alto nível e de excelente reputação em todo o mundo, passando pelas figuras de Raul Fernandes, San Thiago Dantas, Mário Gibson Barbosa, Azeredo da Silveira, Paulo Tarso Flecha de Lima, Samuel Pinheiro Guimarães e o chanceler Celso Amorim, dentre tantos outros, nomes que consagraram nosso serviço exterior e nos representaram com coragem e competência nos momentos mais decisivos.

 

Longe vai o tempo em que o chanceler do governo passado, amesquinhando sua investidura, arrancava os sapatos para uma revista em pleno salão do aeroporto de Washington, ou a vergonha dos vários anos em que o Brasil, simples e vergonhosamente, deixou de pagar a mensalidade devida à ONU, humilhando-nos diante de nossos pares no mais alto organismo de convivência e entendimento entre as Nações!

 

E o protagonismo do Brasil, absolutamente compatível com sua nova realidade econômica e social, como um dos países ascendentes no concerto das Nações, se dá num momento especialíssimo, quando o mundo chegou a ver-se às vésperas da possibilidade de trágico conflito envolvendo o Irã. Quando as mais importantes potências mundiais, diante da ausência absoluta de interlocução entre os Estados Unidos e o Estado iraniano, já não apostavam na solução pacífica do impasse acerca do programa nuclear iraniano, o presidente Lula, competentemente assessorado pelo Itamaraty, teve papel decisivo no encaminhamento de uma solução que desate o nó da falta de diálogo e preserve a paz tão cara a todos os povos. Acreditando no poder do entendimento, nas melhores expectativas de paz do povo iraniano, no apoio dos países envolvidos na questão e na delicada negociação levada a cabo por nossa diplomacia, o presidente Lula evitou o pior e conseguiu o que nem a ONU nem as grandes potências haviam logrado conseguir: um acordo razoável em torno da mais delicada questão do cenário internacional na atualidade.

 

A declaração de Teerã, com a reafirmação do apoio iraniano ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinada por Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da Turquia e o presidente Lula, se reveste de singular e histórica importância, não apenas pelo encaminhamento prática de tão crucial questão, mas como prova de que não há melhor alternativa para os impasses internacionais do que o diálogo franco, aberto e transparente, tendo a paz como meta e o entendimento como meio.

 

O que fez o presidente Lula em um país distante, envolvido em tão intrincada questão? Além de buscar a paz que tanto interessa a humanidade, Lula faz com que o Brasil dê mais um passo seguro e necessário rumo ao lugar de destaque que a histórica lhe reserva nos mais altos conselhos internacionais e nas situações de decisão em que nosso país, potência emergente e novamente respeitada em todo o mundo, deve obrigatoriamente ter palavra e posição.

 

Venceu a paz, evitando um conflito de conseqüências desastrosas, particularmente na questão nuclear. Perderam os que acreditavam na incapacidade de diálogo das partes envolvidas e apostavam na guerra com toda sua extensão de flagelo e perdas humanas. Venceram os homens de boa vontade e de larga visão, como Lula e o premiê turco, Tayyip Erdogan, que encaminharam conjuntamente o primeiro e sólido passo rumo à solução definitiva que as grandes potências não tiveram habilidade ou interesse em dar.

 

O caminho para o entendimento final no Oriente Médio e no Golfo Pérsico é longo. Mas o Estadista Luiz Inácio Lula da Silva, assessorado por uma das diplomacias mais profissionais e competentes do mundo, representada pelos que fazem do Itamaraty um orgulho de nosso país, evitou o pior, apresentou uma saída digna para os envolvidos no impasse, preservou as aspirações do Irã de avanço tecnológico no domínio da energia nuclear para finalidades pacíficas, e mostrou ao mundo o valor, a garra e o talento de um povo invulgar e comprometido com a paz, o povo brasileiro.

 

Argito do professor Delúbio Soares.

Fonte: Jornal Alô Brasília

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