Plano faz parte do programa de desinvestimentos do governo federal, que manteria controle em eventual oferta

Figura pacata e pouco representativa no setor financeiro da B3, o Banco do Nordeste está planejando uma repaginada na sua posição no mercado. O BNB vai começar a enviar os pedidos de proposta para instituições de investimento, potenciais coordenadores de seu re-IPO.

O banco estatal comunicou hoje que “avalia uma operação de renda variável”. Apesar de ser de porte menor, o BNB é um BNDES regional, considerado no mercado um banco “redondo” entre os públicos, com papel relevante no financiamento local, de pequenas empresas e microcrédito, e também atuação no varejo.

Na bolsa, não tem liquidez. O plano de re-IPO faz parte do programa de desinvestimentos do governo federal. O estado continuaria sendo controlador, mas levanta capital numa oferta secundária, inicialmente, e eventualmente com tranche primária. A União é controladora, com participação de um fundo do Banco do Brasil e de um fundo da Caixa, que seriam os vendedores, a princípio. O float é de menos de 3%.

Com operação em mais de 2 mil municípios, mais de 300 agências e cerca de 4,5 milhões de clientes, o banco é avaliado hoje em R$ 5,96 bilhões em bolsa – o aumento de liquidez e a “revenda” da história do banco ao mercado visam aumentar esse montante.

O secretário de assuntos jurídicos do Seeb-PB e funcionário do BNB, Robson Luís, alerta o povo nordestino sobre esse golpe do governo contra o banco estatal. “Depois da MP 1052/2021, que reduz as receitas do Banco em no mínimo R$ 900 milhões por ano, o que pode quebrar a instituição, o governo resolve vender parte de suas ações. Tudo isso dispara nosso alarme de desmonte e privatização do Banco do Nordeste do Brasil. Portanto, colegas do BNB, preparemos nossos espíritos para uma guerra iminente em defesa do BNB, dos nossos empregos, do futuro da nossa região e do nosso povo, concluiu.

Fonte: Seeb – PB, com Valor Econômico / Maria Luíza Filgueiras

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