Campanha Salarial 2016 - Tema

Campanha Salarial 2016 - Tema
A postura de altivez dos bancários nesta greve é que vai definir a forma como a categoria profissional será tratada pelos banqueiros nos próximos anos. Se caírem nessa conversa fiada dos patrões – que alega dificuldades, devido à mudança de governo e à crise econômica, que não afetaram em nada o resultado dos bancos – para aceitarem achatamento salarial e/ou perdas de direitos, estarão assinando um cheque em branco para que eles não lhes respeitem nas futuras negociações.

É bom lembrar que os funcionários dos bancos públicos, ao aceitarem abonos salariais e reajustes abaixo da inflação durante os oito anos do governo FHC (Fernando Henrique Cardoso), acumularam perdas de cerca de metade dos salários. Já os bancários da rede privada também sofreram um bocado. E, para recuperar os níveis salariais e o poder aquisitivo que perderam, precisariam de algo em torno de 47% de reajuste.

A política de abono salarial é uma pegadinha maliciosa ou um artifício perverso, para iludir, uma vez que no ano seguinte ninguém lembrará mais do abono e só lhes restará o salário achatado por duas inflações anuais. Além disso, os prejuízos para o trabalhador terão efeito cascata, pois diminuem as contribuições para o FGTS, para a aposentadoria, para os planos de saúde e para os que têm previdência privada.

Neste início de greve, parece que os empregados da Caixa Econômica Federal estão percebendo melhor as manobras do patrão, que querem empurrar a negociação com a barriga; tanto que tem o dobro de adesão à greve, em relação ao Banco do Brasil. Os companheiros dos demais bancos estatais, especialmente os do BB, precisam compreender que nesta greve estarão em jogo não só as reivindicações deste ano, mas, também, a forma de condução das campanhas futuras e o destino do Banco. Na rede privada, os bancários já começam a sofrer todo o tipo de pressão, inclusive a ameaça de desconto dos dias parados; o que não é nenhuma novidade, ante à mesquinhez dos banqueiros. Entretanto, isso também será superado pela unidade na luta, como sempre.

É de extrema importância que os bancários mostrem altivez, resistência e adesão forte à luta, porque a história já mostrou que nenhum direito existente foi conquistado por benesses dos patrões. Portanto, companheiros e companheiras, vamos à luta de cabeça erguida, pois esta greve é digna e justa.

Afinal, só a luta nos garante!