Obama discursou ao lado do vice-presidente, Joe Biden, antes de assinar a reforma de Wall Street, em Washington
"Essas proteções serão aplicadas por um novo regulador que tem somente uma missão: atender as pessoas, e não os grandes bancos, os organismos de empréstimo, os investidores", acrescentou. "Isso não é bom apenas para os consumidores, é bom para a economia", segundo Obama.
O presidente americano indicou que a reforma vai "impedir os abusos e excessos que quase destruíram nosso sistema financeiro". "Ela vai introduzir transparência nas transações complexas que contribuíram para desencadear a crise financeira", disse.
LEI
Mas este projeto de lei de mais de 2.300 páginas precisará de tempo para ser aplicado. Os reguladores encarregados de supervisionar o sistema financeiro americano devem ainda elaborar várias regulamentações, geralmente complexas, para permitir que as novas medidas entrem em vigor.
O texto adotado pelo Congresso na semana passada, com a última votação no Senado que encerrou meses de discussões estabelecendo sobretudo, como ressaltou Obama, a criação de um organismo de proteção aos consumidores de produtos financeiros no banco central americano (Fed). Ele tem por objetivo impedir o resgate de grandes instituições financeiras às custas dos contribuintes.
"Adotar este texto não foi uma tarefa fácil", disse o presidente nesta quarta-feira, saudando seus colegas democratas do Congresso que trabalharam nele durante vários meses. No Senado, apenas três republicanos aprovaram o texto.
Os opositores da reforma – alguns representantes da indústria financeira e os adversários republicanos de Obama – consideram principalmente que a nova lei vai prejudicar todo o setor por causa dos erros de alguns.
O presidente do Wells Fargo, John Stumpf, considerou nesta quarta-feira que "é cedo demais para estimar precisamente" o custo financeiro da reforma. "Continuamos a temer que alguns aspectos tenham efeitos colaterais imprevistos sobre o sistema financeiro, sobre os consumidores e sobre as empresas", disse.
A ABA (Associação dos Banqueiros Americanos) se disse "decepcionada" com a reforma nesta quarta-feira em um comunicado, que contém, segundo ela, "um tsunami de novas regras e restrições para os bancos tradicionais que não têm nada a ver com as causas da crise financeira".
Fonte: EFE