O banco Santander escolheu os coordenadores para o desmembramento das suas operações no Brasil em uma oferta pública de ações que pode levantar pelo menos US$ 3 bilhões e criar uma das maiores instituições financeiras negociadas em Bolsa na principal economia da América Latina.

O Santander, que divulga hoje o seu resultado financeiro do segundo trimestre deste ano, está elaborando os planos para negociar na Bovespa pelo menos do 20% do banco no Brasil, segundo fontes ligadas à instituição espanhola.

O Bank of America-Merrill Lynch, o Credit Suisse, o UBS e o Santander devem ser os coordenadores da operação, com a instituição financeira norte-americana assumindo ainda o papel de coordenador líder.

O prospecto da oferta pode ser divulgado já em setembro, de acordo com fontes, mas os termos vão depender do interesse dos investidores e do desempenho das Bolsas. O departamento de pesquisa do Citigroup avaliou na semana passada a unidade brasileira do Santander em US$ 30 bilhões.

O Santander e todos os seus bancos não quiseram comentar o assunto. O presidente-executivo do banco, Emilio Botín, identificou as operações do Santander no Brasil como fundamentais para a estratégia da instituição e, no ano passado, revelou os planos para torná-lo o banco de capital aberto mais lucrativo do país.

O nível de demanda pela oferta de ações vai fornecer um importante indicador do grau de interesse que retornou ao mercado de IPO (oferta inicial de ações, na sigla em ações), ainda que, tecnicamente, a oferta do Santander não possa ser considerada uma abertura de capital.

O banco já tem ações negociadas na Bovespa -mas só 2% do total dos papéis. Trata-se das ações que eram do Banespa (adquirido do governo paulista em 2000), dos quais os investidores minoritários não quiseram se desfazer.

Na semana passada, a CSCEC, a principal construtora residencial da China, obteve 50,2 bilhões de yuans (US$ 7,34 bilhões) na Bolsa de Xangai, na maior oferta inicial de ações no mundo em mais de um ano. O maior resultado deste ano até então eram os US$ 4,27 bilhões obtidos pela brasileira VisaNet, no mês passado.

Fonte: Financial Times

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