O Sindicato dos Bancários da Paraíba chegou aos 88 anos de sonhos, lutas e conquistas nesta quinta-feira, 13 de abril. A entidade classista nasceu com o nome de Syndicato dos Bancários da Paraíba, depois transformado em Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Paraíba (Seeb-PB). Em 2014, por uma necessidade de ampliar o leque de cobertura sindical a uma parcela de trabalhadores bancários que migraram para outras atividades do sistema financeiro, a entidade passou a denominar-se Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro no Estado da Paraíba (Sintrafi-PB), mas manteve o nome Sindicato dos Bancários da Paraíba e a marca Seeb-PB.

Nessas quase nove décadas de caminhada lado a lado com outras categorias de trabalhadores, o Sindicato sempre se manteve na vanguarda das lutas em defesa dos direitos trabalhistas, no apoio aos movimentos sociais e estudantis, na mobilização também na esfera política com foco nos movimentos em defesa da soberania, do patrimônio público e da democracia.

Ao longo desse período, atravessou várias fases em que o ativismo político sindical era tutelado pelo Estado, com cerceamento da liberdade de atuar; épocas em que se se afirmava muito mais como um sindicalismo assistencialista do que o sindicalismo combativo e corajoso que, em anos recentes, vem contribuindo para a consolidação do regime democrático em nosso país.

Avanços significativos foram alcançados através de muita luta. Sua história passou pelo enfrentamento dos anos difíceis das ditaduras Vargas e militar, quando ousou e participou ativamente dos acontecimentos importantes da vida nacional, com ênfase a partir de 1985, quando se engajou nos movimentos de abertura política do país, com a realização de greves nacionais e a promoção da Diretas Já!

Com a criação da Central única dos Trabalhadores (CUT), na década de 80, o novo sindicalismo bancário foi abraçado pelos líderes da categoria, surgindo a oposição sindical que assumiu a vanguarda das mobilizações, montando estratégias para tomar o comando diretivo do Sindicato, o que aconteceu em 1988 com a eleição de Luiz Nelson para a presidência. Deixou de predominar a visão assistencialista até então, para a adoção de políticas que o transformaram num sindicato combativo e classista, tendo como linha central a defesa incondicional dos direitos individuais e coletivos dos bancários, com a retomada da mobilização da categoria.

Além da luta reivindicatória por direitos e condições de trabalho, o sindicato tem atuado na promoção de espaços em que os bancários possam participar de atividades recreativas, culturais e esportivas para ampliar e intensificar as interações sociais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do ramo financeiro. O Bancarte é uma dessas atividades culturais que se afirmou como elemento de promoção da consciência política da categoria e a descoberta de talentos na literatura, música, dança, teatro e  artes plásticas.

A comunicação, que é fundamental para o contato com a base e a organização sindical, começou a se estruturar quando surgiu a oposição sindical com a formatação do Trocando em Miúdos, boletim oficial da entidade com mais de 600 edições até os dias atuais, reforçada com as formas digitais, através do Site, Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp e as plataformas para realização de consultas, debates e assembleias com todos os bancários da jurisdição de forma virtual.

Importante resgatar a inserção da mulher bancária no movimento sindical, a partir da década de oitenta em defesa das bandeiras pela instalação de creches, a não discriminação feminina nos bancos, nos salários e na carreira e contra o assédio sexual e moral. Essa participação ativa fez com que duas de suas mais valorosas lideranças assumissem a presidência do Sindicato: Zênia Chaves e Jandyra Pacheco. Na eleição deste ano (2023) a chapa única inscrita traz 40% de mulheres na sua composição.

Ao longo dessa história de lutas as nossas mobilizações foram muitas, com destaque para: a luta contra a liquidação extrajudicial do Banco do Estado da Paraíba, pela sua reabertura e contra sua privatização; a campanha contra o Caixa Fácil da Caixa Econômica Federal; a luta contra a gestão temerária de Byron Queiroz no Banco do Nordeste do Brasil; o fechamento do CESEC do Banco do Brasil; a luta contra a falta de vacinas para bancárias e bancários durante a pandemia da Covid-19, a estruturação e o apoio aos funcionários em teletrabalho; e mais recentemente o combate ao assédio moral e sexual, a discriminação e o preconceito e contra os juros altos praticados pelo Banco Central do Brasil, atrapalhando o desenvolvimento nacional e penalizando os menos favorecidos.

“Parabéns a todas as companheiras e companheiros que resistiram, mobilizaram e enfrentaram muitas dificuldades para conduzir a luta da categoria; parabéns às diversas categorias de trabalhadoras e trabalhadores com quem compartilhamos momentos de resistência e enfrentamentos;  parabéns às bancárias e aos bancários que estiveram mobilizados, participando ativamente das atividades e nos respaldando na hora das negociações e em seus locais de trabalho; parabéns à Paraíba por contar com uma entidade que vai além da luta corporativa e está atenta ao bom atendimento e ao bem-estar de clientes, de usuários dos serviços bancários e da população em geral. Participar dessa história sob várias óticas, como bancário na base, ocupando diversas secretarias da entidade e agora na presidência do Sindicato dos Bancários da Paraíba – UM SINDICATO FORTE, é muito gratificante”,  disse Lindonjhonson Almeida.