No dia 27 de abril foi comemorado o dia Nacional da Empregada Doméstica. Muitos podem se perguntar: comemorar o quê cara-pálida? De fato temos pouco ou quase nada a comemorar, mais uma coisa é certa, a data é uma grande oportunidade para refletirmos.

Pensar sobre as condições de trabalho e de salário, aos quais essas trabalhadoras estão submetidas (cito trabalhadora e não trabalhador porque apenas 6% da categoria são homens) inclusive por muitos de nós, igualmente trabalhadores e trabalhadores. Mas, que em inúmeros casos na relação com as domésticas, nos tornamos também patroas e patrões.

Que trabalho é este, que muitas vezes é confundido com "ajuda" e que por sua vez, a trabalhadora é confundida com "um quase membro da família?" Que trabalho é este que, apesar de alguns avanços (carteira assinada, aposentadoria, férias), ainda não é reconhecido como profissão? Que trabalho é este, que se deixar de ser feito por alguém, trará problemas tão insustentáveis como o buraco na camada de ozônio na atmosfera.

Quem são essas trabalhadoras? Jovens ou velhas, negras ou brancas? Basta ver nas telenovelas brasileiras qual perfil da categoria e como a sociedade condiciona ou condena as pessoas a cumprirem determinados "papéis" pelo simples fato de ter nascido mulher, negra e pobre.

Oxalá a gente mude esta situação em pouco tempo, que as empregadas domésticas sejam reconhecidas como profissionais, que tenham direito ao FGTS obrigatório, hora-extra, seguro-desemprego, seguro por acidente do trabalho e adicional noturno, a partir da organização em sindicatos e como vem propondo a campanha da CONTRACS.

Artigo de Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf/CUT.

Fonte: Contraf/CUT

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