Nesta sexta-feira, 19 de março, os bancários paralisaram parcialmente a agência Varadouro, do Banco do Brasil e retardaram a abertura do expediente ao público, das 10h às 11h, em protesto contra a falta de um Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), Plano Odontológico e condições de trabalho. A atividade faz parte do calendário de lutas do funcionalismo do BB em todo o país, para pressionar a direção da instituição financeira a contratar mais funcionários e atender outras questões que estão sendo discutidas nas mesas de negociação específica.
Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Praíba, criticou a postura da direção do Banco do Brasil que está fazendo de tudo para manter o banco na liderança das instituições financeiras, sem levar em consideração as condições de trabalho e o atendimento à população. "Não faz o menor sentido o banco público que obteve o maior lucro de todos os tempos (R$ 10,148 bilhões em 2009) continuar massacrando funcionários, clientes e usuários", arrematou.
Francisco de Assis ‘Chicão’, diretor do Sindicato, funcionário do BB e conselheiro fiscal da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) denunciou que o número de funcionários aumentou apenas 3% (de 90,9 mil para 93,9 mil) no período de 2002 a 2009, enquanto o banco cresceu exageradamente em outros segmentos: o número de agências aumentou 58% (de 3.164 para 5.000); o ativo total do banco deu um salto de 200% (de R$ 204 bilhões para R$ 610 bilhões); e o número de contas correntes duplicou (de 15,4 milhões para 31,7 milhões);. "E isso é um absurdo, que tem de ser combatido com a mesma intensidade da barbárie cometida contra funcionários, clientes, usuários e a sociedade em geral", denunciou.
Segundo o dirigente sindical, o resultado dessa discrepância gera um verdadeiro massacre nas milhares de dependências do Banco no País, com consequências irreparáveis para os funcionários: choro nos banheiros, onde as funcionárias são maioria; vaias em caixas que se afastam para ir ao banheiro ou fazer uma refeição rápida; agressões verbais e até físicas de clientes e usuários estressados; doenças físicas e mentais. "Chegamos ao cúmulo de perder uma funcionária na região do Brejo, que suicidou-se utilizando o revólver do vigilante, e a demissão inédita de um gerente, dando justa causa ao Banco, por conta do assédio moral", argumentou Chicão.
O presidente da Entidade classista chamou a atenção para o agravamento da situação do funcionalismo do BB na Paraíba, após a aquisição da folha de pagamento do Estado, que gerou ainda mais demanda enquanto o número de empregados se manteve estável. "A sociedade está carente de atendimento decente e os bancários merecem melhores condições de trabalho. E tudo isso passa necessariamente pela contratação de mais bancários; por isso a população tem de se manter alerta e os bancários mobilizados e lutando pelas suas conquistas", concluiu.