A Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo divulgou nota à imprensa repudiando a ação truculenta da Polícia Militar contra os trabalhadores e estudantes da Universidade de São Paulo (USP) na terça-feira, dia 9, na capital paulista. A repressão comandanda pelo aparato militar do governo tucano de José Serra lembrou os tempos da ditadura militar e exige o repúdio de todos os brasileiros.

Veja a íntegra da nota da CUT-SP:

Para José Serra, diálogo só com as balas de borracha

A Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo repudia a ação truculenta da Polícia Militar contra os trabalhadores e estudantes, na tarde dessa terça-feira, dia 9 de junho, diante da entrada principal da Universidade de São Paulo.

Lamentavelmente, o uso da força contra a proposta de diálogo é a marca registrada da gestão José Serra. O governador paulista jamais aceitou conversar com os servidores do Estado, mesmo após a aprovação na Assembléia Legislativa de uma data-base do funcionalismo, em 2006.

As audiências e reuniões públicas dos trabalhadores sempre são cercadas de forte aparato de segurança, meio que Serra utiliza para se manter isolado no Palácio dos Bandeirantes. Em outras ocasiões, o tucano prefere tentar manipular a mídia ao alegar caráter político a qualquer manifestação de insatisfação diante da intransigência de seu governo.

Há mais de um mês os funcionários da USP exercem o direito constitucional de greve para exigir que o Estado apresente condições dignas de trabalho. O confronto que ocorreu já estava previsto desde que a PM passou a ocupar o campus da universidade, na semana passada, da forma que só aconteceu no período da ditadura militar brasileira.

Até quando as respostas às reivindicações do funcionalismo paulista virão em forma de balas de borracha e bombas de efeito moral? Até quando o governador utilizará dinheiro público para publicidade – inclusive em outros Estados, de olho na próxima eleição – ao invés de aplicar nos trabalhadores e na melhoria dos serviços públicos?

Adi Lima, presidente da CUT/SP

Fonte: CUT-SP