Crédito: Contraf-CUT

Contraf-CUT Para a Contraf-CUT, chegou o momento de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter a coragem de enfrentar a chantagem do mercado, que continua pressionando por aumento dos juros, e começar a reduzir a taxa Selic na reunião que termina nesta quarta-feira 8 de junho.

"Os indicadores da economia mostram que não há motivos que justifiquem a elevação da taxa Selic, mas sim apontam para retomar o processo de queda dos juros. Cada ponto percentual da Selic representa aproximadamente R$ 19 bilhões no crescimento da dívida pública. Cabe ao Copom decidir se esses imensos recursos migrarão do Tesouro Nacional para os rentistas detentores da dívida pública ou para investimentos em programas que levem ao desenvolvimento econômico e à geração de emprego e renda", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Ele lembra que a taxa de inflação caiu acentuadamente em maio, segundo os indicadores divulgados esta semana tanto pelo IBGE quanto pelo Dieese. O IPCA baixou de 0,77% em abril para 0,47% no mês passado e o INPC foi de 0,72% para 0,57% no mesmo período. Já o ICV-Dieese apontou redução ainda mais acentuada entre abril e maio: de 0,80% para 0,04%.

A razão dessa queda, na avaliação de ambos os institutos, é que está havendo uma reacomodação dos preços após surtos sazonais, sobretudo nos produtos agrícolas. Segundo o Dieese, "não há uma disseminação da inflação", que é constituída basicamente pelos "aumentos nos preços públicos e/ou administrados, e por alguns itens de mercado que normalmente são reajustados apenas uma vez ao ano e já sofreram tais altas".

Além disso, a pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com analistas do mercado financeiro reduziu pela quinta semana seguida a estimativa para a inflação oficial em 2011, que agora é de 6,22%. Há quatro semanas essa estimativa estava em 6,33%. Para 2012, a projeção da Focus para o IPCA foi mantida em 5,10%.

Os mesmos analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central reduziram a projeção para o crescimento da economia (PIB) em 2012 de 4,20% para 4,10%. Para este ano, a estimativa permanece em 4%. A expectativa para o crescimento da produção industrial foi reduzida de 3,73% para 3,5% em 2011 e de 4,60% para 4,5% em 2012.

"Todas essas projeções do próprio mercado mostram o equívoco do Banco Central em subir a taxa básica de juros nos últimos meses, quando se sabia que a elevação dos preços de alguns produtos se devia a problemas sazonais e não ao aquecimento da demanda", conclui o presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

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