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Para a Contraf-CUT, o Brasil precisa crescer a taxas maiores do que está crescendo. E o crédito é fundamental para isso. Os juros mais baixos são essenciais para ampliar o crédito, incentivar a produção e o consumo e levantar as projeções do PIB, como forma de gerar mais empregos, distribuir renda, combater a miséria e garantir inclusão social. A redução dos juros é também o melhor remédio para enfrentar o endividamento e a inadimplência e proteger a economia.
O spread estratosférico tem sido responsável por boa parte dos lucros dos bancos, que estão sendo maquiados e escondidos nos balanços por intermédio do truque do superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos.
Os seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) apresentaram lucro líquido somado de R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre de 2012 e provisionaram R$ 39,15 bilhões para os devedores com atraso superior a 90 dias. O aumento desse provisionamento variou de 22,2% (Caixa) a 63,43% no HSBC, para um crescimento da inadimplência no período de apenas 0,7 ponto percentual, segundo o Banco Central.
Conferência Nacional do Sistema Financeiro
Por tudo isso, a Contraf-CUT considera urgente a sociedade brasileira discutir o papel dos bancos na economia e defende a realização de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro, nos moldes de outros conferências setoriais realizadas pelo governo federal nos últimos anos.
"É preciso discutir com a sociedade o papel das instituições financeiras, que são concessões públicas e devem estar alinhadas com o desenvolvimento econômico e social do país. O que fazem hoje é exatamente o inverso do que a sociedade espera", critica o presidente da Contraf-CUT.
Para Carlos Cordeiro, além das metas de inflação, o BC deveria fixar também metas sociais, como o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades sociais do país. "As altas taxas de juros retiram dinheiro das políticas públicas que combatem as desigualdades, o que contribui para que o Brasil continue entre os dez países com pior distribuição de renda do mundo."
Fonte: Contraf-CUT