No ano passado, o segmento de telecomunicações foi responsável por 19,48% de todas as reclamações do Idec no País. "Fusões e atos de concentração de mercado não têm melhorado o serviço", afirma Varella. "Seria um benefício se essas medidas viessem acompanhadas de metas de qualidade."
Segundo o professor especialista em telecomunicações da FGV-Eaesp, Arthur Barrionuevo, a principal mudança para o consumidor será a agilização das decisões da Telefônica no desenvolvimento de promoções casadas de telefonia fixa, TV por assinatura, banda larga e celular em São Paulo, mercado em que oferece todas as quatro serviços.
Para ele, ao se tornar controladora da Vivo, a companhia deixaria de ter de compartilhar as decisões relativas à telefonia móvel com a Portugal Telecom. "Acho que esse é o único efeito palpável no curto prazo."
No levantamento do Procon de São Paulo, feito com base nas reclamações do ano passado, a Telefônica aparece pela quarta vez consecutiva na liderança do ranking, responsável por 37% das queixas. TIM, Claro, Oi e Vivo estão entre as 20 primeiras.
No mês passado, Procons de 15 Estados brasileiros, a maioria da Região Nordeste do País, iniciaram um protesto contra a Oi, por causa do alto índice de queixas não solucionadas. Eles decretaram um esquema de mutirão contra a operadora e passaram a dar prioridade aos atendimentos da empresa, que normalmente passavam por uma tentativa de reconciliação.
Preços
No início do ano, um levantamento da União Internacional de Telecomunicações (UIT) mostrou que a telefonia e a internet no Brasil continuam entre as mais caras do mundo. Os brasileiros gastam em média 5,66% da renda com serviços de celular. A taxa é cinco vezes mais alta que a cobrada pelas operadoras na Europa.
Apenas 40 países – de um total de 161 economias analisadas – têm serviço de telefonia móvel mais cara que o Brasil. No ano passado, a UIT registrou um gasto médio de 2,1% da renda com telefonia fixa no País.
Fonte: O Estado de S.Paulo