O bancário paraibano Cícero Ezequiel Filho, de 61 anos, natural de Catolé do Rocha e filiado ao PSOL completa hoje seu 16º dia de greve de fome e permanece em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, em uma manifestação voluntária que já lhe causou a perda de 5 dos 56 quilos que tinha no início do protesto. Mesmo com o sofrimento do corpo, a firmeza de intenção permanece: “Estou bem. Não sairei daqui com as minhas pernas”, disse ele, explicando que irá às últimas consequências em sua manifestação: “Se eu sair, será o Samu que vai me levar. Ou, num caso extremo, se eu não resistir, quero que minhas cinzas sejam jogadas sobre os tribunais de exceção, como o STF, o Superior Tribunal de Justiça, o Palácio do Planalto e o TRF da 4ª Região”.

O motivo do protesto de “Seu Ciço”, como é mais conhecido o funcionário da Caixa Econômica Federal da rua das Trincheiras, na capital da Paraíba, é a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Ele entende que a detenção do líder político é um caso de perseguição e tem a única finalidade de evitar que o petista seja eleito: “Lula é um preso político que não é libertado porque oferece o imenso risco de poder ganhar as eleições. Estou em greve de fome para que o STF paute as Adins 43 e 44 que tratam da legalidade da prisão em segunda instância. Não sou do partido dele e nem isso é um ato partidário. Minha greve é pelos desmandos que têm sido feitos neste país desde que houve o impeachment. Estou aqui contra a reforma trabalhista e contra toda a retirada de direitos”, explicou Ciço.

O manifestante paraibano aderiu à greve de fome por um chamamento da Via Campesina e deixou de se alimentar depois que outros ativistas políticos já haviam iniciado o mesmo movimento. Hoje, os outros sete manifestantes completam 19 dias em Greve de Fome por Justiça no STF. Entre eles, há outro paraibano: Luiz Gonzaga, o Gegê (da Central dos Movimentos Populares – CMP). O grupo ainda é integrado por Frei Sérgio Görgen e Rafaela Alves (do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA), Jaime Amorim, Zonália Santos e Vilmar Pacífico (do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST), Leonardo Soares (do Levante Popular da Juventude). De acordo com informações médicas, eles se encontram com a saúde bastante fragilizada e passam a fazer uso de camas hospitalares para seu repouso e de cadeiras de rodas nos deslocamentos.

Fonte: ParlamentoPB