A paralisação das agências da Avenida Rio Branco, no centro financeiro do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (10), foi a primeira resposta à decisão do Itaú de submeter os bancários a revista diária, a partir de segunda-feira (9), alegando questões de segurança.
A alta direção do banco entrou em contato com a vice-presidente do Sindicato, Adriana Nalesso, a fim de negociar a normalização do trabalho, recebendo da dirigente sindical a informação de que isto só seria possível caso a medida, constrangedora e autoritária, fosse de imediato suspensa. Como a resposta foi negativa, a paralisação foi mantida até o final do expediente.
Mas a pressão da suspensão do trabalho nas agências forçou o Itaú a marcar uma reunião para discutir a revista. Será na próxima quinta-feira (12), a princípio em São Paulo.
Adriana adiantou que, mesmo assim, já estão sendo estudadas medidas judiciais e que novas mobilizações, inclusive nacionais, estarão sendo postas em prática em repúdio a este verdadeiro assédio moral coletivo.
“Não vamos permitir de forma alguma que o Itaú continue submetendo os funcionários a este constrangimento covarde. Vamos combater este assédio de todas as formas”, afirmou. Ela acrescentou que a medida não contribui em nada para a segurança dos clientes e dos próprios bancários, estes, vítimas de sequestros e assaltos a agências.
“O Itaú está se especializando em tomar medidas descabidas, a começar pelas demissões em massa, a falta de investimentos em segurança, passando pela extinção do cargo de tesoureiro, responsável pela manipulação dos valores guardados nas agências. Há mais de um ano, as funções do tesoureiro estão sendo exercidas pelos Gerentes Operacionais (GO), que também trabalham nos guichês de caixa e atendem clientes. Isto mostra como todas as ações do banco estão voltadas apenas para aumentar ainda mais seus lucros, cortando custos, gerando sobrecarga de trabalho, piorando o atendimento ao cliente e fragilizando a segurança”, afirmou Adriana.
Ganância
Para Adriana, a revista é autoritária, inócua e demagógica. Se quisesse de fato resolver os gravíssimos problemas na segurança, começaria por investir no setor.
Como não faz isto, o Itaú foi o banco campeão de multas na Polícia Federal por falhas de segurança nas agências e postos de atendimento. Foram R$ 2,474 milhões na primeira reunião da CCASP em 2015.
Os motivos foram equipamentos inoperantes, agências sem plano de segurança aprovado pela PF, ausência de vigilantes, falta de rendição de vigilantes em horário de almoço, transporte de valores feito por motoboy e cerceamento a policiais federais para fiscalizar estabelecimentos bancários, entre outras.
Fonte: Seeb Rio