Desde a sua posse, Pedro Guimarães, fiel ao governo de Bolsonaro, vem reafirmando a estratégia para o maior banco público do país e da América Latina, que é o de diminuir a atuação da Caixa, vendendo participações nas áreas de seguros, cartões, assets e loterias. Fatiando a empresa e privatizando-a em pedaços.

Outra ação deste fatiamento é a oferta subsequente (“follow-on”) da resseguradora IRB, que deve ser concluída na semana que vem. A Caixa enviou pedido de proposta para oito bancos de investimento e fechou com quatro bancos – três deles compõem a base acionária do IRB.

Segundo informações da grande imprensa a Caixa já escolheu os assessores financeiros da oferta de ações que fará para se desfazer das ações do ressegurador IRB Brasil detidas por meio de um fundo. Além do próprio banco público e dos sócios da companhia – Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil, o selecionado foi o Bank of America Merrill Lynch (BofA).

Na conta dos bancos, a Caixa pode girar pouco mais de R$ 30 bilhões em transações de mercado de capitais só este ano.

Segundo o coordenador do CEE (Comissão Executiva dos Empregados) da Caixa, Dionízio Reis, esses R$ 30 bilhões que o banco pretende com a transação de mercado é um absurdo. “Até porque Pedro vem dando declarações que sinalizam a venda de importantes segmentos para a Caixa, que trazem grandes retornos para a instituição”, ressaltou.

Para o representante dos empregados da Caixa, “Esse atual presidente da Caixa faz lembrar daquela história de criança: ‘Pedro e o Lobo’, mas, no caso em questão, ocorre às avessas, pois Pedro participou da privatização e desmonte do Banespa, do Banerj e do Banestado. Agora na Caixa, quer nos convencer que não está privatizando. Pedro aqui é o Lobo da história”, compara Dionísio.

A mentira dita pelo presidente da Caixa no seu discurso de posse, de que o banco tem dívida de R$ 40 bilhões com a União, é possível de ser constatada pelo balanço de setembro de 2018 publicado pela própria Caixa. Trata-se de um subterfúgio para fatiar a empresa estatal privatizando suas partes.

De acordo com o secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sergio Takemoto, as consequências do desmonte são desastrosas. “O desmonte irá retirar recursos para os programas sociais, como MCMV, infra e principalmente da população de baixa renda e atingir todos os empregados da estatal”, argumentou.

Para Takemoto a privatização desses setores irá fragilizar a Caixa e consequentemente tornará a empresa deficitária, comprometendo o seu futuro.

 

Fonte: Contraf-CUT