"Se, por um lado, observa-se um quadro positivo de valorização dos pisos salariais via aumentos reais, por outro é notável como ainda são baixos os salários de entrada de boa parte dos trabalhadores brasileiros. Considerando-se que a luta pela redistribuição da renda e justiça social passa pela elevação dos patamares mínimos salariais, continua a ser um desafio dos trabalhadores e de suas entidades representativas manter a luta por melhores salários, em especial dos pisos salariais e do próprio salário mínimo", aponta o Dieese.
Em 2010, o salário mínimo calculado pelo Dieese variou de R$ 1.987,26 (janeiro) a R$ 2.257,52 (março). O valor médio foi R$ 2.110,26.
Dos 660 pisos pesquisados, 619 (93,8%) superaram a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE e normalmente usado como parâmetro nas negociações salariais. Dezesseis (2,4%) foram equivalentes ao INPC e 25 (3,8%) ficaram abaixo da inflação. Entre os setores, 94,9% dos pisos da indústria superaram o INPC, ante 94,7% no comércio, 90,6% nos serviços e 100% na área rural.
O maior reajuste de piso salarial em 2010 representou ganho real de 34,3%, segundo o Dieese. O menor teve perda real de 8,6%. Ambos foram no setor industrial.
Fonte: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual