Ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, revelou números do estado em live nesta terça-feira (15)
A pobreza e a extrema pobreza aumentam no Brasil, mostrou a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, em live realizada nesta terça-feira (15), para debater a campanha Sindicato Solidário. A ex-ministra destacou números do seu estado, o Paraná, na discussão promovida pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR). A campanha Sindicato Solidário é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
“No Paraná há 4 milhões de pessoas no Cadastro Único, o que dá quase 50% da população do estado. Em Londrina, tem quase 60 mil famílias no Cadastro Único. É um terço da população. Em Curitiba, é praticamente um quarto da população vivendo esse sofrimento”, relatou a ex-ministra, que atuou durante o governo do presidente Lula. O Cadastro Único é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza.
Cadastro Único
Márcia Lopes destacou que os gestores públicos podem localizar sem dificuldades as famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza. “O Cadastro Único é um instrumento público, que tem nos 399 municípios do Paraná e dá para saber onde estão essas famílias”, explicou a ex-ministra. Para Márcia Lopes, é importante que o debate sobre o enfrentamento da fome seja feito pelos trabalhadores, sindicatos, partidos políticos e igrejas. “Esses setores se colocam na trincheira para não permitir que a população do Paraná e do Brasil tenham mais sofrimento ainda”, ressaltou.
A live foi aberta pelo presidente da Fetec-CUT-PR, Deonísio Schmidt. “Essa campanha traz o sentimento do sindicato cidadão, que vai além de suas pautas específicas e olha para o conjunto da sociedade. Esse quadro social faz com que toda a população passe por um momento difícil, por conta da falta de uma política econômica que olhe para o emprego, para distribuição de riquezas. Todas a políticas públicas foram destruídas. Quando o estado não assume o seu papel, o povo assume”, afirmou o presidente da Fetec-CUT-PR.
Categoria bancária
O coordenador da campanha Sindicato Solidário, Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, falou sobre o envolvimento da categoria bancária no movimento. “É fundamental envolver a categoria bancária nesse debate. O objetivo da campanha de apoiar quem foi vítima do desemprego, da falta de moradia, as pessoas nas ruas, aumentou muito com a pandemia. Os trabalhadores bancários têm trabalhado ao longo dos anos com o sindicato cidadão, atuando junto à sociedade para minimizar esses problemas”.
O representante do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), Leonildo José Monteiro Filho, mostrou como a miséria atinge a população em situação de rua que vive em Curitiba. “São 4.500 pessoas em Curitiba. Já morei na rua e já passei fome. Sei o que é isso. O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios liberou um espaço e fizemos uma cozinha para fazer comida para essas pessoas. Começamos fazendo 150 marmitex. A gente faz hoje quase 400 marmitex”, contou Leonildo. O representante do MNPR também denunciou o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), que fechou a cozinha comunitária que atendia anteriormente essa população em situação de rua e também fechou as torneiras utilizadas por esses moradores.
Crise é anterior
O economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estudos de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Sandro Silva, destacou que a crise econômica e a miséria que atingia a população já vinha tendo um agravamento antes da pandemia. “Havia um aumento da pobreza, da fome e tem a ver coma política adotada nos últimos cinco anos. É a volta da política neoliberal, na verdade uma política ultraliberal. Esse é um governo que insiste em adotar medidas que não deram certo em nenhum lugar do mundo”, disse Sandro Silva.
O economista lembrou que a economia não vinha crescendo e que. em 2019 houve uma desaceleração em relação a 2018. “No ano passado, já havia uma queda da economia e o governo insiste em reduzir os gastos públicos, insiste em privatizar as empresas públicas”, ressaltou.
O secretário de Comunicação da Contraf-CUT, Gerson Pereira, encerrou a live apresentando o hotsite da campanha Sindicato Solidário. “Queremos mostrar para que mais gente venha para essa campanha. Percebemos que a pandemia ficou pior ainda e resolvemos fazer a campanha ficar mais visível neste momento tão difícil. Os sindicatos dos bancários no país todo arrecadaram milhares de toneladas de alimentos. Somos 400 mil bancários e queremos reunir forças. Vamos mostrar o trabalho para a sociedade e que as pessoas venham e participem”, finalizou.
Para saber mais
Para ver o vídeo da campanha de solidariedade feita pelo Sindicato dos bancários de Curitiba, clique aqui.
Fonte: Contraf-CUT