Porém, para o Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro em Mato Grosso (Seeb-MT), independente dos números estarem diferentes, o que fica claro, é que algo precisa ser feito para que essa realidade vivida em 2010, não se repita em 2011.
Diante desse alto índice de criminalidade, a Polícia Judiciária Civil designou dois delegados que deverão atuar exclusivamente nas investigações das ocorrências de arrombamentos de caixas eletrônicos. A determinação atende a portaria 133/10, da Diretoria de Atividades Especiais da PJC. Os delegados Ana Cristina Feldner e Lindomar Aparecido Tofolli compõem a força-tarefa para elucidação dos crimes praticados em todo o Estado. A justificativa para essa medida, conforme a PC, é o elevado número de roubos à caixas de autoatendimentos, a alta complexidade dos crimes e a comoção social gerada pelas ocorrências, que mostram a necessidade de estabelecer a ordem pública.
"Para nós, que representamos a categoria bancária do Estado, o alto índice de criminalidade em relação aos caixas eletrônicos e ataques a bancos, que em 2010 foram 19, precisa de medidas urgentes, capazes de mudar essa realidade. Agora, essa a portaria da Polícia Civil, vem de encontro com essa necessidade de toda a população. Mas, também esperamos um maior comprometimento por parte dos bancos, em relação aos investimentos em mais segurança nas agências e caixas eletrônicos", afirma o presidente do Seeb-MT, Arilson da Silva.
Em dezembro de 2010, o Seeb-MT participou de várias reuniões que abordaram a falta de segurança nas agências bancárias no Estado e o alto índice de arrombamentos em caixas eletrônicos. Os dirigentes sindicais se reuniram com o Comandante Geral da PM em Mato Grosso, Osmar Lino Farias e com o secretário-adjunto de Estado de Segurança, Alexandre Bustamante. Além disso, o Sindicato ainda participou da primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Segurança Bancária, onde estiveram presentes representantes da alta cúpula da segurança pública do Estado e também, da Federação Nacional de Bancos.
"Tanto o Sindicato, como a própria polícia temem que o dinheiro roubado nas ações dessas quadrilhas pode estar sendo usado em outros tipos de crimes, tanto aqui em Mato Grosso, como também, em outros estados do país", reforça Arilson da Silva.
Outros dados
Conforme dados da Polícia Civil, 66 acusados foram presos em Mato Grosso no ano de 2010 por envolvimento em assaltos a caixas eletrônicos e outras 300 pessoas são investigadas por participação nos crimes. A Polícia aponta a reincidência dos assaltantes e até acesso à informação privilegiada pelas quadrilhas, como dificuldades no combate. Grande parte dos casos acontece em instituições que contam com caixas nas instalações, como supermercados e postos de combustível, e não somente em agências bancárias.
De acordo com a Assessoria de Imprensa do órgão, Cuiabá foi o município em que mais prisões aconteceram, com 52, seguida da região de Cáceres (225 km a oeste da Capital), com 10 detenções. As regiões de Barra do Garças e Tangará da Serra completam a lista com 2 prisões cada.
Já de acordo com a PM os Comandos Regionais de Rondonópolis e Tangará da Serra tiveram mais números de ocorrências registradas, sendo 21 e 15 no ano passado.
Os demais ataques a caixas foram pulverizados em Várzea Grande, cinco casos e nenhum preso; na região de Sinop, cinco casos e nenhum preso e, ao norte, na área de Alta Floresta com seis ocorrências, sem ninguém detido.
Fonte: Seeb-MT