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(João Pessoa) Na noite desta quarta-feira, (23/09), em assembleia geral extraordinária realizada no ginásio de esportes do Sindicato dos Bancários da Paraíba, cerca de 600 bancários decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado. A decisão de 000 votos a favor e apenas 00 votos contra a greve entra em vigor a partir da 0h desta quarta-feira, 24 de setembro. O objetivo é estender a paralisação até que os banqueiros apresentem propostas negociáveis para questões como aumento real de salário, PLR mais justa, valorização dos pisos salariais, garantia de emprego, fim da pressão, do assédio moral e melhores condições de trabalho, entre outras.  

Na assembleia desta noite, realizada sob orientação do Comando Nacional dos Bancários, que coordena a luta da categoria em todo o País, os bancários demonstraram toda sua indignação com a proposta oferecida pelos representantes dos bancos, que enrolaram até a sexta rodada de negociação para apresentar apenas 4,5% de reajuste salarial e uma participação nos lucros e resultados (PLR) menor do que a distribuída o ano passado.

"Aos bancários não restou outra alternativa senão a decretação de greve por tempo indeterminado, em resposta à provocação dos banqueiros com essa proposta ridícula. Afinal, ignorando a crise mundial, os bancos obtiveram os maiores lucros de toda a economia brasileira no primeiro semestre, além de alcançarem a maior rentabilidade do sistema bancário das Américas, incluindo os bancos dos Estados Unidos", disse Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba.

O sindicalista ressaltou que este ano os bancários também exigem o fim das filas, juros baixos, tarifas justas, segurança e respeito aos clientes e usuários. "Quando promovemos a paralisação parcial, com retardamento da abertura dos bancos públicos, no dia 10 de setembro, em João Pessoa, tivemos a responsabilidade de alertar a sociedade sobre a possibilidade da greve por tempo indeterminado, caso os banqueiros não atendessem nossas reivindicações. E, já que não tem proposta decente, vamos cruzar os braços até sermos atendidos", concluiu Marcos Henriques.

Entenda porque os bancários deflagraram a greve por tempo indeterminado:

Reajuste de 10% do salário – Os bancos ofereceram 4,5%, apenas a reposição da inflação dos últimos doze meses, enquanto outras categorias de trabalhadores de setores econômicos menos lucrativos estão conquistando aumento real de salário.

Bancos querem reduzir PLR para aumentar lucros – Os bancários querem uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) simplificada, equivalente a três salários mais R$ 3.850 fixos. Os banqueiros propuseram 1,5 salário limitado a R$ 10.000 e a 4% do lucro líquido (o que ocorrer primeiro) mais 1,5% do lucro líquido distribuído linearmente, com limite de R$ 1.500. Essa fórmula reduz o valor da PLR paga no ano passado. Em 2008, os bancos distribuíram de PLR até 15% do lucro líquido, com limite de R$ 13.862 mais parcela adicional relativa ao aumento da lucratividade que chegou a R$ 1.980. Neste ano querem limitar a PLR a 5,5% do lucro líquido e a R$ 11.500.

Valorização dos pisos salariais – A categoria reivindica pisos de R$ 1.432 para portaria, R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese) para escriturário, R$ 2.763,45 para caixa, R$ 3.477,00 para primeiro comissionado e R$ 4.605,73 para primeiro gerente. Os bancos rejeitam a valorização dos pisos e propõem 4,5% de reajuste linear para todas as faixas salariais.

Preservação dos empregos e mais contratações – Seis dos maiores bancos do país estão passando por processos de fusão. Os bancários querem garantias de que não perderão postos de trabalho e exigem mais contratações para dar conta da crescente demanda. Os bancos se recusam a discutir o emprego e aplicar a Convenção 158 da OIT, que inibe demissões imotivadas.

Mais saúde e melhores condições de trabalho – A enorme pressão por metas e o assédio moral são os piores problemas que a categoria enfrenta hoje, provocando sérios impactos na saúde física e psíquica. A Fenaban não fez proposta para combater essa situação e melhorar as condições de saúde e trabalho.

Auxílio-creche/babá – A categoria quer R$ 465 (um salário mínimo) para filhos até 83 meses (idade prevista no acordo em vigor). Os bancos oferecem R$ 205 e querem reduzir a idade para 71 meses.

Auxílio-refeição – Os bancários reivindicam R$ 19,25 ao dia e as empresas propõem R$ 16,63.

Cesta-alimentação – Os trabalhadores querem R$ 465, inclusive para a 13ª cesta-alimentação. Os bancos oferecem R$ 285,21 tanto para a cesta mensal quanto para a 13ª.

Segurança – Os bancários querem instalações seguras e medidas como a proibição ao transporte de numerário, malotes e guarda das chaves. Também reivindicam adicional de risco de vida de 40% do salário para quem trabalha em agências e postos. A categoria defende proteção da vida dos trabalhadores e clientes.

Previdência complementar para todos – Os bancários reivindicam planos de previdência complementar para todos os trabalhadores, com patrocínico dos bancos e participação na gestão dos fundos de pensão.

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