Duas explosões, uma em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) e outra próxima à Câmara dos Deputados, aconteceram no início da noite desta quarta-feira (13) em Brasília. A Praça dos Três Poderes foi isolada, e bombeiros confirmaram uma morte.
O que aconteceu
De acordo com relatos, uma pessoa com explosivos teria se aproximado da entrada do STF por volta das 19h30. Ao chegar perto da estátua da Justiça, teria ativado os explosivos. A explosão, ouvida inclusive de dentro do prédio, ocorreu após o fim da sessão do plenário. O prédio foi evacuado.
Os bombeiros confirmaram a morte da pessoa com explosivos em frente ao tribunal. Até o momento, não há relatos de mais vítimas.
A segunda explosão aconteceu logo em seguida, às 19h45, a cerca de 500 metros da primeira, perto da Câmara dos Deputados. Em vídeos nas redes sociais, é possível ver um carro explodindo com fogos de artifício no estacionamento do anexo 4 da Casa.
A Polícia Federal informou que vai abrir um inquérito para apurar os ataques. “Foram acionados policiais do Comando de Operações Táticas (COT), do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas da instituição, que estão conduzindo as ações iniciais de segurança e análise do local’, disse a PF, em nota.
O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) reforçou a segurança dos palácios do Planalto, do Alvorada e do Jaburu, residência do vice-presidente, Geraldo Alckmin. O órgão informou que Lula estava bem distante dos locais onde aconteceram as duas explosões.
A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Na pauta, estava a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, deputados reclamaram da continuidade da sessão apesar da “banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro”, referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes, em 2023.
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) suspendeu a sessão após a confirmação de uma morte às 21h14. O deputado manteve os trabalhos até essa hora dizendo estar “aguardando o chefe da segurança da Câmara dos Deputados. “Assim que ele me passar a recomendação, seguiremos a orientação dele”, disse, após pedido de deputados para encerrar a sessão.
Com o receio de mais explosões, autoridades isolaram a Praça dos Três Poderes. O esquadrão antibombas está realizando uma varredura na área.
A governadora em exercício do Distrito Federal disse que um esquadrão faz varredura no local. “A gente ainda está averiguando a situação. Vamos ter uma posição oficial depois da varredura”, disse Celina Leão (PP). Em Roma, na Itália, o governador Ibaneis Rocha negou problemas na segurança do DF e afirmou que “maluco tem em todo lugar”.
STF divulgou uma nota dizendo que “ministros foram retirados do prédio em segurança”. “Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”, diz a nota.
Sessão do STF de hoje era sobre operações policiais nas favelas do Rio. A sessão contou com autoridades e representantes da sociedade civil. Por isso, o plenário estava mais cheio do que o normal — na hora das explosões, muitos ainda estavam no prédio. O tema ainda será julgado pelo STF.
Episódio acontece quase 2 anos após 8 de Janeiro
Atos antidemocráticos terminaram em confronto e depredações. Em 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcharam pelo Eixo Monumental e invadiram prédios públicos em Brasília.
À época, Congresso, Planalto e STF foram invadidos. As sedes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário foram alvo dos manifestantes, inconformados com a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
Só na Câmara, danos chegaram a R$ 2,7 milhões. No Senado, o prejuízo foi maior: R$ 3,5 milhões. Já o STF teve R$ 12 milhões em danos e mais de 950 itens furtados.
Diante da situação, o presidente Lula (PT) decretou intervenção federal na Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Até hoje, invasores de prédios públicos respondem a processos na Justiça por causa dos episódios.
(Reportagem em atualização)
Fonte: UOL, em Brasília e São Paulo / Mateus Coutinho, Carolina Nogueira, Eduardo Militão, Saulo Pereira Guimarães e Leo Martins
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