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parada_gay_2009.jpgDiscriminação por orientação sexual sobrevive mesmo nos mais aguerridos militantes da causa das minorias – (São Paulo) Enquanto a sociedade avança no combate ao preconceito racial e pela igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, a discriminação por conta da orientação sexual ainda registra níveis assustadores. Pesquisa da Fundação Perseu Abramo revela que 92% dos brasileiros assumem sem o menor problema ter preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). O levantamento também mostra que 53% dos gays já sofreram algum tipo de discriminação.

“É por essa discriminação que os gays se escondem e não saem do armário. Quem assume sua orientação sexual paga um preço muito caro, principalmente no ambiente de trabalho”, explica o ativista do movimento LGBT Julian Rodrigues.

Durante sua apresentação no Sindicato, Julian foi direto ao ponto: “Se eu começasse minha palestra contando uma piada de negro ou até mesmo machista, todos vocês ficariam revoltados e eu causaria um grande mal estar. Mas se eu contar uma piada de homossexual, todos vão rir. Piadas homofóbicas passam batido por nós e não choca como uma anedota racista. Haverá um dia em que a piada de homossexual vai constranger tanto quanto piada de negro”, comentou.

Julian criticou a política que perpetua a discriminação contra os gays. “Mesmo entre nós, da esquerda, a pauta dos gays ficou de fora da nossa luta. Fazemos um debate careta por questões econômicas, mas nos esquecemos do lado humano. Nosso projeto de sociedade só vai ter conseqüência se ele for libertário. Como diz o ditado, não me convide para uma revolução em que eu não possa dançar”, afirmou Julian, destacando que a esquerda precisa incluir a questão dos gays em sua pauta.

Fonte: Fábio Jammal Makhoul / Seeb-SP

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