Os preços da cesta básica apresentaram queda em fevereiro em 9 das 17 capitais analisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de acordo com a pesquisa divulgada nesta quinta-feira, dia 3.

As principais reduções nos preços dos produtos alimentícios essenciais ocorreram em Brasília (-2,02%) e Florianópolis (-2,07%). Mesmo com quase estabilidade (-0,03%), São Paulo continua a cidade mais cara (R$ 261,18). Porto Alegre aparece na segunda colocação (256,51), seguida de Manaus (R$ 252,75) e Brasília (R$ 250,48).

Com base no custo mais elevado apurado para a cesta básica e considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que o valor do piso em fevereiro deveria ser de R$ 2.194,18.

No acumulado em 12 meses, todas as 17 capitais pesquisadas apresentaram variação positiva, das quais apenas três registraram alta inferior a 10,0%: Salvador (6,15%), Porto Alegre (7,57%) e Vitória (9,60%). Em duas cidades, o aumento superou 20,0%: Goiânia (26,70%) e Fortaleza (20,84%).

CARNE

Os preços de vários produtos de maior peso na cesta apresentaram redução em fevereiro. O principal deles, a carne, barateou em 14 capitais na comparação com janeiro, principalmente em Natal (-6,91%), Rio de Janeiro (-5,32%) e Fortaleza (-4,31%).

No confronto anual, o produto teve alta em todas as 17 capitais pesquisadas, com destaque para Goiânia (33,95%), Fortaleza (29,83%), Rio de Janeiro (27,40%) e Belo Horizonte (26,79%).

O Dieese destaca que, após um período de preços elevados provocado pela demanda internacional e a estiagem em meados do ano passado, agora com os bons pastos, há mais gado em condições de abate, o que contribui para a redução dos preços.

Já o feijão ficou mais barato em 15 capitais na comparação com janeiro. Em Porto Alegre, foi observado o único aumento (1,66%) e em Florianópolis, estabilidade. No período anual, as altas ocorreram em 16 regiões, principalmente em Aracaju (69,01%) e Manaus (51,86%).

A seca prolongada em julho e agosto atrasou o plantio e provocou a diminuição da safra, seguida de intensas chuvas que prejudicaram a colheita, ressalta o Dieese.

O arroz caiu de preço em 10 capitais no confronto com janeiro e, em 12 meses, houve barateamento em 13 cidades. Nos últimos meses, o preço do produto tem baixado em função das boas safras, que permitem estoque regulador.

Fonte: Folha.com