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O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, assumiu nesta sexta-feira, dia 19, o mesmo cargo na UNI Américas Finanças. Ele substitui o ex-presidente da Confederação e atual tesoureiro da CUT, Vagner Freitas, que pediu o afastamento em função de suas atribuições na Central e pelo entendimento de que o cargo não é do indivíduo e sim da entidade de representação dos bancários do Brasil.

Vagner agradeceu o apoio de todas as entidades sindicais filiadas à UNI, disse que passa com satisfação a presidência para o seu sucessor na Contraf-CUT e destacou o crescimento da organização internacional dos trabalhadores do setor financeiro nas Américas. "Fico ainda feliz porque saio no dia em que mais uma importante parceira dos bancários do Brasil se filia à UNI: a Asociación de Bancarios del Uruguay (AEBU)", declarou..

Carlos Cordeiro destacou o trabalho desenvolvido por Vagner na presidência da UNI Américas e prometeu intensificar o fortalecimento das lutas dos bancários nas Américas, como a abertura de negociações para a assinatura de um acordo marco global com o HSBC e o Santander para todos os trabalhadores do mundo.

A posse ocorreu no Hotel Braston, em São Paulo, no início da reunião da UNI Américas, que contou com a presença do chefe mundial da UNI Finanças, Oliver Röetig, do vice-presidente mundial da UNI Finanças e presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, e do diretor regional da UNI Américas, Márcio Monzone.

Sistema financeiro em debate

Além da posse, importantes debates e encaminhamentos marcaram o encontro. Pela manhã, a chefe adjunta do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do Banco Central, Sílvia Marques de Brito e Silva, fez uma palestra sobre a regulação do sistema financeiro.

Sílvia focou a atuação dos bancos e do BC no Brasil, frisando o enfrentamento e as lições da crise mundial. Também defendeu as propostas do BC para o controle, a regulação e o parcelamento dos bônus dos executivos. Os dirigentes sindicais enfatizaram a necessidade de regulamentação do sistema financeiro e aproveitaram para reclamar da falta de transparência nos balanços e dos critérios diferenciados usados pelos bancos para pagar a PLR dos bancários e os bônus aos executivos.

Ao final do debate, Oliver entregou para a representante do BC uma cópia do documento da UNI Finanças aos países do G-20, com as propostas dos trabalhadores para a regulação do sistema financeiro em todo mundo.

No final da manhã, ainda compareceu o diretor de Gestão de Pessoas e Responsabilidade Sócio-ambiental do Banco do Brasil, Robson Rocha. Ele confirmou que o BB também está analisando a proposta da UNI Finanças de firmar um acordo global. "O BB pretende atuar com muita força na América do Sul, nos Estados Unidos e na África, dentro do rpocesso de internacionalização", afirmou.

Principais encaminhamentos

À tarde, foi aprovada a minuta da proposta de acordo marco global, deliberada no seminário de lançamento da campanha na quarta e quinta-feira. Também ficou garantida a participação da Argentina na comissão coordenadora da campanha no HSBC, bem como do Uruguai na coordenação do movimento no Santander. Eles se juntarão aos demais países já definidos, como o Brasil que será representado pela Contraf-CUT e pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Em dezembro, a UNI Américas realizará nova reunião das redes sindicais, que há cinco anos vem se encontrando para globalizar as lutas dos bancários no continente. Nova reunião da UNI Américas ficou marcada para abril de 2011, em Cartagena, na Colômbia.

Oliver ainda apontou as linhas gerais da nova campanha da UNI Finanças sobre as condições de trabalho e a venda de produtos, que abordará temas como a pressão pelo cumprimento de metas, os problemas de saúde, o assédio moral e a violência organizacional. Em 16 de abril será promovido um dia internacional de mobilização. A campanha será lançada em junho.

O secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques, apresentou o Plano de Ação 2006/2010 da UNI Américas, fazendo um balanço das atividades desenvolvidas e apresentando os próximos desafios.

Antes do encerramento, Carlos Cordeiro mostrou a pesquisa do emprego bancário da Contraf-CUT e do Dieese, destacando que, apesar dos lucros, os bancos no Brasil fecharam 2.076 postos de trabalho, entre janeiro e setembro de 2009. Foi aprovada a elaboração de um banco de dados em todos os países das Américas para acompanhar o nível de emprego no setor financeiro.

Fonte: Contraf-CUT

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