Para Artur, a decisão do governo de abrir o diálogo é uma oportunidade para os dirigentes sindicais e trabalhadores construírem alternativas ao modelo de concessão proposto pelo governo.
"Não somos contra a concessão dos aeroportos. Somos contra este modelo que deixa a Infraero em situação minoritária – com apenas 49% das ações – e todo poder nas mãos da iniciativa privada", diz Artur, que argumenta: "Se isto ocorrer, toda a sociedade será prejudicada".
Além do risco de demissão, há o temor da terceirização, inclusive das atividades fins (segurança, operações de carga e navegação aérea), o que pode colocar em risco as operações; e também da possibilidade concreta de reajustes abusivos de tarifas.
Lemos alerta, ainda, para outro aspecto preocupante: os empresários querem explorar os aeroportos comercialmente, alugar espaços para lojas de classe média alta, e ter o poder de reajustar as tarifas, até mesmo para que selecionar os clientes.
"O Estado tem de ter em mãos o controle tarifário e também sobre as contratações de trabalhadores. Só assim, os trabalhadores terão seus direitos garantidos e classe C, que agora pode viajar de avião, não será expulsa das salas de embarque".
Fonte: Marize Muniz – CUT