O diretor de investimento da Previ, Renê Sanda, credita o bom desempenho da fundação à recuperação mais rápida do Brasil à crise internacional que castigou os mercados de capitais do mundo a partir de setembro de 2008.
Ao contrário da maioria dos fundos de pensão listados pela Pensions & Investments, que não conseguiram em 2009 voltar a níveis pré-crise, a Previ elevou seu patrimônio em 62,50% entre 2008 e 2009, de US$ 50,3 bilhões para US$ 81,74 bilhões.
A cifra supera os US$ 77,6 bilhões apurados em 2007, antes de a crise abalar a confiança dos investidores na solidez do sistema financeiro internacional. Na época, a Previ ocupava o 34.º lugar no ranking. Com as turbulências em 2008, a Previ viu seus ativos encolherem quase US$ 30 bilhões, caindo para 45.ª posição.
Para o diretor, os bons fundamentos da economia brasileira abriram caminho para a valorização dos investimentos da Previ, que tem 53,41% de seus recursos aplicados em renda variável. Com a recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2009, a fundação garantiu uma rentabilidade de quase 40% em seus investimentos nesse segmento.
Além disso, lembra Sanda, as taxas de juros no Brasil continuam elevadas para os padrões internacionais, o que beneficia as aplicações em renda fixa. Cerca de 30% dos ativos da entidade estão alocados em operações de renda fixa.
"Isso (a combinação de alta da Bovespa e juros elevados) explica 70% do crescimento que a Previ experimentou no ranking em 2009", diz o diretor do fundo de pensão. O resto, segundo ele, veio da gestão. "A escolha que a Previ fez em seus investimentos tem sido bem sucedida. Conseguimos escolher os cavalos vencedores nesse ano", brincou.
O diretor acredita que, se o Ibovespa se mantiver próximo a casa dos 70 mil pontos até o fim do ano, a Previ deve manter em 2010 sua atual posição no ranking mundial elaborado pela publicação americana.
No ano passado, a liderança no setor se manteve com o fundo japonês Government Pension Investment1, com patrimônio de US$ 1,315 trilhão. Em seguida, vem o norueguês Government Pension Fund-Global, que administra US$ 475,859 bilhões e o holandês ABP, com US$ 299,873 bilhões em recursos geridos.
De acordo com a pesquisa feita pela publicação americana, os 300 maiores fundos de pensão do mundo retomaram o crescimento após a crise de 2008 e tiveram em 2009 seus ativos valorizados em 8,2%, passando a administrar US$ 11,3 trilhões.
No Brasil, a Previ figura no topo da lista dos principais investidores do mercado de capitais. A fundação tem participações acionárias importantes em empresas de setores diversos, como Vale, Embraer, Petrobrás, Bradesco, Itaú-Unibanco, Ambev, Usiminas, Gerdau, Neoenergia, CPFL e Oi.
Fonte: O Estado de S. Paulo