Crédito: Augusto Coelho – Afubesp
Entidades buscam solução para resolver o déficit do plano.
Na sequência, Maria Cristina disse que após a divulgação dos números o banco precisará de tempo para manifestar-se. Ela reiterou que há interesse por parte da instituição financeira em resolver o problema, mas que os parâmetros estipulados estão no limite de aceitação pelo Santander.
A intenção da patrocinadora, segundo Maria Cristina, é elaborar planos de modelagem diferente, portanto, será necessário convencer a direção do banco ou elaborar uma proposta alternativa. Ao final, ela solicitou mais 90 dias para uma nova reunião na Previ que encerre o assunto.
Após ouvir a sugestão do banco, Walter rebateu dizendo que o prazo solicitado pela instituição é muito longo e causa nas pessoas a impressão de postergação da decisão. Ele contou à Previc a grande apreensão dos banespianos, que não estão aguentando pagar as contribuições extraordinárias. Também disse que muitos questionam o porquê das entidades representativas ainda não terem recorrido ao Poder Judiciário.
A presidente da Anapar reiterou, várias vezes, que a patrocinadora deve tentar resolver a questão com uma visão previdenciária e não financista, e que a Previc deve se atentar para isto não apenas no caso do Banesprev, mas no sistema de previdência complementar de todo o país.
Ao final dos trabalhos, a Previc deu o prazo de 60 dias para conclusão dos trabalhos e apreciação do Santander, deixando agendada a próxima audiência para o próximo dia 6 de agosto.
"Nosso entendimento é que devemos esgotar o assunto na mesa de negociação antes de tomarmos novos caminhos, portanto vamos continuar atentos às alternativas de solução e mobilizados para manter nossos direitos", avalia o secretário-geral da Afubesp. "Lembramos que qualquer alteração no plano deverá ser decidida em assembleia de participantes", aponta Walter.
O encontro havia sido agendado no dia 4 de abril, quando a autarquia concedeu o prazo de 60 dias para elaboração de uma proposta de equacionamento do déficit do Plano II, caso contrário o recurso apresentado sobre a falta de aporte do serviço passado seria julgado. Na hipótese de novo indeferimento por parte da Previc, restaria apenas o caminho da Justiça.
Entenda os parâmetros exigidos pelas entidades – Afubesp, Sindicato dos Bancários de São Paulo, Fetec-CUT e Contraf-CUT:
– Os aposentados já possuem o direito adquirido, portanto não há nenhuma possibilidade de migrarem para um novo plano, que em qualquer hipótese seria sempre inferior ao plano II;
– Os ativos devem ter o tempo considerado para cálculo de benefício proporcional no plano atual, desde o início de suas contribuições para o INSS. Em seguida deverá ser oferecido um novo plano de benefícios em que haja renda vitalícia. Nesta proposta, os ativos, ao adquirirem o tempo para receber o benefício, receberão por dois planos os valores que tendem a ser menores que os atuais, mas as contribuições para o custeio também diminuirão;
– A mudança para um novo plano não pode ser compulsória, ou seja, qualquer adesão a um novo plano deve ser espontânea;
– O patrocinador resolverá o problema estrutural do plano, evitando novos déficitis no futuro. Porém, deverá arcar com um valor maior da contribuição atual, instituída em abril.
Fonte: Érika Soares – Afubesp