No Rio Grande do Sul foram registrados 43.798 acidentes em 2006, pulando para 62.931 em 2008. Em Porto Alegre, o número chegou a 12.987 acidentes em 2008.
"O índice de acidentes é alarmante, principalmente na construção civil, apesar de todo o cuidado dos engenheiros de segurança e técnicos que trabalham na área, e das próprias empresas que cada vez mais têm se aperfeiçoado em busca de soluções para o problema", admite Mário Hamilton Vilela, presidente da Associação Sul Riograndense de Engenharia de Segurança do Trabalho (Ares).
As principais causas de acidente na construção civil são queda, soterramento e choque elétrico. "O maior entrave para que estes índices de acidentes diminuam é cultural", avalia Vilela. "Temos que conscientizar aqueles que labutam no canteiro de obras que eles precisam usar os equipamentos de proteção. Não adianta o profissional de segurança ensinar e passar o treinamento, se depois o trabalhador que vai para o chão de fábrica não usar estes recursos."
O presidente da Ares ressalta que os principais argumentos para os trabalhadores se recusarem a usar os equipamentos de proteção beiram às características dos mesmos: "ou é porque é pesado, ou porque é quente etc".
Buscando aperfeiçoar engenheiros de segurança, técnicos de segurança, médicos do trabalho e outros profissionais de áreas afins, a Associação promoveu na semana passada o 8º Encontro Sul-Rio-Grandense de Prevenção, Segurança e Saúde do Trabalho, no Clube do Comércio. O evento tratou de temas inerentes à área, como as alterações propostas para a NR 12, que trata dos problemas relacionados ao perigo no manejo de máquinas, em geral; os desafios na gestão de saúde e segurança no processo de fusão de empresas e outros.
"Estamos muito satisfeitos com os resultados dos últimos anos, porque este intercâmbio reflete dentro das empresas", destaca o presidente da Ares. Ele calcula que, neste período, o índice de acidentes no trabalho reduziu cerca de 10% no Rio Grande do Sul. "É uma diminuição significativa, levando em consideração que o índice de acidentes é alto."
Fonte: Adriana Lampert – Jornal do Comércio