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Na paraíba a adesão foi de 84,56% dos bancários no primeiro dia da greve nacional da categoria
O primeiro dia de greve da categoria bancária em todo o Brasil é considerado o maior da história. Em resposta a proposta rebaixada da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), 7359 agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. Este número equivale a 31,25% do total de agências no Brasil, segundo dados do Banco Central. No final do dia, a Fenaban chamou a categoria para nova rodada de negociações que acontece na sexta-feira (9), às 11h, em São Paulo. Os números da adessão deste primeiro dia são 17,7% maior do que os do primeiro dia do ano passado.
 
Na base do Sindicato dos Bancários da Paraíba, das 136 agências bancárias foram fechadas 115, que representa uma adesão de 84,56% dos bancários, mostrando uma mobilização massiva e o grau de insatisfação da categoria profissional com a falta de respeito dos banqueiros, que lucram fábulas e oferecem reajuste salarial abaixo da inflação. “Como sempre, os bancários da Paraíba mostram sua capacidade de luta e resistência à mesquinhez habitual dos bancos. E essa postura reforçou o movimento em nível nacional, contribuindo para que os banqueiros chamassem o Comando Nacional para uma negociação nesta sexata-feira (9). Acreditamos que se trata de mais um artifício dos banqueiros para tentar enfraquecer o movimento, mas só saberemos mesmo se formos à negociação”, ressaltou Marcelo Alves, presidente da Entidade.

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Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, lembrou que as notícias que chegaram desde as primeiras horas do dia, com bancários de todo o Brasil nas agências, vestindo as camisetas da campanha, já sinalizavam que a gente teria um dia muito importante na construção do enfrentamento com a intransigência dos banqueiros. “Nosso boletim final do dia confirmou que nossa greve já é um sucesso. Isso com toda certeza vai impactar na Fenaban e com toda a certeza vai ajudar no convencimento rumo a uma proposta decente que valorize os bancários e bancárias.”

Para Roberto, o contato da Fenaban corou um dia exitoso da nossa greve. “Quando fizemos um balanço e tivemos a grande alegria em perceber que, num ano difícil, num cenário duro de instabilidade política, de crise, de negociação muito dura com a Fenaban, os bancários aderiram e tínhamos certeza de que isso ia de alguma maneira estimular a Fenaban a retomar o contato conosco para fazer a negociação. Isso se configurou. O Comando vai se reunir com eles no dia 9 e nossa expectativa é que a proposta seja revestida de decência. Que o banqueiro não queira reduzir nosso salário e que apresente condições objetivas para que a gente possa caminhar para a solução do nosso conflito, não penalizando a sociedade com a greve. Os bancários não gostam de greve, quem gosta de greve é o banqueiro.”

Desde a data da entrega da minuta de reivindicações dos bancários à Fenaban, no dia 9 de agosto, já ocorreram cinco rodadas de negociações e os banqueiros não apresentaram proposta decente aos trabalhadores. A proposta que a Fenaban apresentou no dia 29 de agosto foi de reajuste de 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A oferta não cobre, sequer, a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para os bancários.

Entre as reivindicações dos bancários estão: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.

Lucros exorbitantes

Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.

Desemprego

Bancários e bancárias convivem com um ambiente de trabalho adoecedor, desgastando a sua saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, convivendo com riscos de assaltos e de sequestros e tendo de dar conta de inúmeras tarefas. A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revelou que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.

Fonte: Seeb-PB, com Contraf-CUT.