Com perfil ultraliberal, o conselheiro econômico de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, é favorável à privatização de todas as estatais. A venda dos ativos da União está entre as prioridades do anunciado ministro da Economia, que defende também a reforma da Previdência. A proposta é “acelerar as privatizações”, inclusive dos bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, com o suposto objetivo de reduzir a dívida pública em 20%, desconsiderando o papel social desempenhado pelas estatais.
Com relação à Previdência, a defesa de Paulo Guedes é por um regime de capitalização, no qual as empresas não tenham que arcar com encargos e os trabalhadores recebam o que pouparem durante a vida. Além disso, novos requisitos para acessar o benefício serão definidos. Já para a geração de empregos, a proposta do programa de governo de Jair Bolsonaro é a criação de uma outra carteira de trabalho “verde e amarela”, por meio da qual o contrato individual prevalece sobre a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e acaba com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“Apesar de propagarem que as mudanças não afetarão negativamente a aposentadoria, sabemos que esse plano de governo não vê o trabalhador como de fato merece ser visto e, na prática a correlação de forças não permitirá que o trabalhador tenha seus direitos garantidos. O exemplo claro disso é a Reforma Trabalhista que era promessa de mais empregos e terminou sendo o que já alertávamos, um projeto desumano para os trabalhadores, que perderam todos os seus direitos. Agora imagine só, o que está por trás dessa Reforma da  Previdência, que sem dúvida aumentará ainda mais o tempo de contribuição e deixará a aposentadoria cada vez mais distante. Não podemos permitir que os interesses dos empresários prevaleçam e prejudiquem ainda mais um direito histórico do povo trabalhador que é a aposentadoria. É por isso que lutamos contra essa medida privatista, pois sabemos que existem outros meios de sanar o problema da previdência, um deles é a cobrança de mais de 450 bilhões de reais que as empresas privadas devem ao INSS. As empresas privadas devem pagar o que devem. Isso prova que não há necessidade de aprovar uma Reforma da Previdência privatista como é essa que o governo quer colocar a todo custo”, avaliou o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves.