
“Pelo sexto ano seguido os banqueiros estão forçando os trabalhadores a fazerem greve”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “É incrível que ano após ano eles desrespeitem as justas reivindicações de seus funcionários, restando à categoria parar para conquistar mais.”
O Comando Nacional dos Bancários enviará documento à Fenaban fundamentando todos os problemas contidos na proposta apresentada aos trabalhadores. Os dirigentes sindicais solicitarão ainda que seja marcada nova negociação até o dia 23 de setembro para que os representantes das instituições financeiras apresentem nova proposta contemplando as reivindicações da categoria. Também no dia 23 os sindicatos de todo o país realizarão assembleias para deflagrar greve por tempo indeterminado, caso as reivindicações não sejam atendidas, a partir do dia 24.
Aumento – O reajuste proposto pela Fenaban, de 4,5% para salários, tíquetes e cesta-alimentação e outros direitos como auxílio-creche e pisos, repõe somente a inflação do período, ou seja, congelaria o poder de compra dos bancários. Os banqueiros alegam que “esse ano está muito difícil, não é um bom momento para dar aumento real”.
Marcolino rebate: “Eles podem e devem pagar. Já dissemos aos banqueiros que essa proposta está rejeitada, os trabalhadores deixaram claro em todas as consultas pelo país que querem aumento real e sem isso não dá pra fechar a campanha”.
PLR – A Fenaban apresentou um novo modelo de PLR, mais simples, mas totalmente rebaixado. Pela proposta, os banqueiros querem pagar 1,5 salário para todos os trabalhadores, limitado a R$ 10 mil e a 4% do lucro líquido do banco, o que acontecer primeiro, mais valor adicional de 1,5% do lucro líquido, com teto de R$ 1.500. “Essa proposta é inconcebível, absurda. Os banqueiros parecem estar brincando com os trabalhadores. Simplificaram a proposta, como os bancários querem, mas rebaixaram totalmente os valores, de forma a pagar menos que no ano passado”, diz Marcolino. “Ou seja, é uma simplificação em que todo mundo perde.”
O presidente do Sindicato explica: hoje os bancários já têm 90% do salário mais R$ 966 limitado a 15% do lucro líquido. Na média, isso dá em torno de 1,8 a 1,4 salário. O teto, com a proposta dos banqueiros, sai dos atuais 15% para 4%. Além disso, propõe um adicional de até R$ 1.500, quando atualmente os bancários podem receber até R$ 1.980. E ainda pioram, já que no formato atual, o adicional não é descontado dos programas próprios e os banqueiros querem descontar tudo com a nova proposta.
Pisos – A proposta da federação dos bancos não prevê valorização dos pisos. Mantêm o mesmo reajuste de 4,5% sugerido para os salários. Para os banqueiros, os pisos já foram suficientemente valorizados em outros anos e por isso não apresentaram sequer uma proposta para essa reivindicação.
Proposta da Fenaban
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Índice de
Reajuste |
4,5%
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PLR
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1,5 salário reajustado até RS 10 mil limitado a 4% do
lucro líquido de 2009, mais 1,5 % do lucro líquido distribuído linearmente limitado a R$ 1.500 |
Verbas
(R$) |
Tíquete-refeição 16,63
Cesta-alimentação 285,21 13ª Cesta-alimentação 285,21 Auxílio-creche/babá* 205,00 |
Pisos (R$)
(Após 90 dias de empresa) |
Portaria 738,00 |
*Proposta é que seja pago por 71 meses, atualmente na convenção coletiva esse auxílio é pago por 83 meses
**Já incluso a gratificação de caixa e outras verbas
Fonte: Seeb São Paulo / Cláudia Motta