Crédito: Paulo Pepe – Seeb São Paulo
Paulo Pepe - Seeb São Paulo

Os protestos dos bancários incomodaram o Santander na final da Copa Libertadores, na noite de quarta-feira, dia 22, no Estádio Pacaembu, em São Paulo. Faixas e panfletos denunciaram aos torcedores do Santos e Penãrol todo o desrespeito com que o banco espanhol – patrocinador do evento – trata seus funcionários e aposentados nas Américas.

A manifestação foi promovida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Afubesp, Fetec-SP, Contraf-CUT e UNI Américas, pouco antes da grande decisão, onde o Santos venceu e comemorou o título de tricampeão.

O objetivo das entidades foi ressaltar a fraude histórica empreendida pelo Santander ao tentar colar sua imagem a um torneio que homenageia a memória daqueles que morreram para conquistar a independência das Américas diante da exploração colonial das potências europeias, como a Espanha.

Além da manifestação, o protesto também foi feito por intermédio do rádio. Os ouvintes da Rádio CBN de São Paulo escutaram um informe publicitário patrocinado pela Afubesp, Sindicato dos Bancários de São Paulo, Contraf-CUT e Fetec/CUT-SP, denunciando as práticas antissindicais e as dívidas que o Santander tem com os trabalhadores da ativa e os aposentados.

Clique aqui para ouvir o spot de rádio.

"O banco tem explorado os trabalhadores em todos os países das Américas com práticas antissindicais, assédio moral para o cumprimento de metas absurdas e ainda dá calote nos aposentados do antigo Banespa apenas para acumular lucros cada vez maiores que são remetidos para matriz espanhola e pagar salários milionários à diretoria executiva" diz a secretária de Finanças do Sindicato e vice-presidenta da Afubesp, Rita Berlofa.

"Os trabalhadores querem que o Santander assine um acordo global que respeite direitos fundamentais dos trabalhadores, como à organização, à sindicalização e ao diálogo social, independentemente do país em que atuam", ressaltou.

"Há anos a Afubesp faz parte do grupo de entidades que apoiam a campanha de mídia que leva a eventos esportivos patrocinados pelo banco faixas e cartazes exigindo respeito do banco", explica o presidente da Afubesp e diretor executivo do Sindicato, Paulo Salvador. "Um deles é a Copa Libertadores da América, ironicamente bancada hoje por uma instituição que nasceu e mantém sua sede em um dos principais países colonizadores do continente, a Espanha."

Bancários cobram respeito

Para a Contraf-CUT, os funcionários do Santander no Brasil não podem continuar submetidos à rotatividade, à pressão de metas abusivas e ao assédio moral, muitos adoecendo, trabalhando em locais inseguros e sem um plano de cargos e salários que garanta transparência, valorização e igualdade de oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão profissional, enquanto os diretores e membros do Conselho de Administração ganham uma média de R$ 381 mil por mês.

O Brasil é hoje responsável sozinho por mais de 25% do lucro mundial do Santander, enquanto a Espanhou responde por 16%, conforme mostra o balanço do primeiro trimestre deste ano. O banco lucrou aqui R$ 2,071 bilhões.
Entretanto, o banco não reconhece nem salda as dívidas com os trabalhadores da ativa e os aposentados, como o aporte de recursos para serviço passado do plano II do Banesprev, a correção das aposentadorias do pessoal pré-75 do ex-Banespa e o restabelecimento das condições vigentes anteriormente aos funcionários do ex-Real que eram participantes até 31 de maio de 2009 do ex-HolandaPrevi, hoje SantanderPrevi.

Como se não bastasse, o banco não quer negociar regras para fazer eleições democráticas no SantanderPrevi.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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