Segundo Carrusca, a própria condição profissional, suas exigências e incompatibilidades raramente são levadas em consideração quando se trata de explicar o comportamento no trabalho. "Em casos identificados ou explicados pelas empresas como "surtos", a idéia básica é tentar eximir o empregador da responsabilidade pelos incidentes que ocorrem", disse. E prosseguiu: "Ninguém faz segurança sozinho; trata-se de uma realidade profissional em que a vida de um dependa do outro".
Em relação os casos de violência no trabalho, o especialista explica que, na maioria dos casos, "não se trata de despreparo do profissional mas, sim, de dificuldades de condições de trabalho real".
Carrusca diz que para evitar e até impedir problemas, é necessário o suporte das instâncias hierárquicas na mediação dos confitos e implementação de medidas de proteção à saúde mental.
"Os profissionais se queixam de não contar com o apoio das instituições onde trabalham e não terem coletivos profissionais estáveis (27%), no âmbito dos quais se pode compartilhar experiências e desenvolver competências", concluiu.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), José Boaventura, relembra o caso do vigilante do Bradesco, que disparou contra um aposentado portador de marcapasso. "Ele já tinha pedido para mudar de posto porque a situação ali era de muito conflito e a empresa disse para ele permanecer", recordou.
Romualdo Alves Ribeiro, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais, lembra casos de vigilantes que passaram por situações de extremo estresse. Em todos os casos, a assistência psicológica aos profissionais, vítimas de violência no ambiente de trabalho, foi pouca ou nenhuma.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNTV