"Estamos à beira do duplo mergulho da economia mundial e da paralisia do crédito do sistema financeiro internacional", comentou o presidente do BNDES, em palestra promovida em São Paulo pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP).
"O que discutimos é o grau de complicação da crise daqui para a frente", disse. Porém, Luciano Coutinho manifestou otimismo de que as autoridades europeias estão a tomar medidas que vão ser eficientes para atacar os principais problemas de crédito que envolvem tanto papéis soberanos quanto títulos privados.
O presidente do BNDES disse que, em meio ao agravamento da crise, seria insensato economias em desenvolvimento pisarem no freio.
Coutinho afirmou que embora a economia brasileira tenha boa perspectiva de crescimento, apesar da crise internacional, há desafios para a continuidade da expansão do País no longo prazo. Um deles é o avanço da competitividade da indústria, que sofre acirrada concorrência internacional. Segundo ele, há sinais de que várias cadeias produtivas estão sendo ameaçadas por competidores estrangeiros.
Além do mercado doméstico forte, o presidente do BNDES ressaltou que os bancos nacionais são maduros, assim como o Banco Central. "Ninguém vai fazer bobagem. Não haverá bolha de crédito", observou durante o evento.
Coutinho manifestou ainda confiança de que o setor financeiro privado não iria novamente congelar o fluxo de empréstimos para empresas e famílias caso a crise se agrave, pois há uma compreensão muito grande dos bancos de que a economia brasileira tem um setor privado sólido.
Fonte: Agência Estado