O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou na última sexta-feira que a crise financeira internacional está levando a economia global a um "momento quase crítico".

Ele mencionou que o sistema bancário europeu está parado e a liquidez está concentrada basicamente nos bancos centrais. Coutinho acrescentou que este fenômeno que torna a crise mais aguda também contamina o sistema interbancário dos Estados Unidos.

"Estamos à beira do duplo mergulho da economia mundial e da paralisia do crédito do sistema financeiro internacional", comentou o presidente do BNDES, em palestra promovida em São Paulo pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef-SP).

"O que discutimos é o grau de complicação da crise daqui para a frente", disse. Porém, Luciano Coutinho manifestou otimismo de que as autoridades europeias estão a tomar medidas que vão ser eficientes para atacar os principais problemas de crédito que envolvem tanto papéis soberanos quanto títulos privados.

O presidente do BNDES disse que, em meio ao agravamento da crise, seria insensato economias em desenvolvimento pisarem no freio.

Segundo ele, a economia global depende dos países em desenvolvimento mantendo suas trajetórias de crescimento em bons níveis, com destaque para Brasil, China, Índia e outros países da Ásia.

Coutinho afirmou que embora a economia brasileira tenha boa perspectiva de crescimento, apesar da crise internacional, há desafios para a continuidade da expansão do País no longo prazo. Um deles é o avanço da competitividade da indústria, que sofre acirrada concorrência internacional. Segundo ele, há sinais de que várias cadeias produtivas estão sendo ameaçadas por competidores estrangeiros.

Além do mercado doméstico forte, o presidente do BNDES ressaltou que os bancos nacionais são maduros, assim como o Banco Central. "Ninguém vai fazer bobagem. Não haverá bolha de crédito", observou durante o evento.

Coutinho manifestou ainda confiança de que o setor financeiro privado não iria novamente congelar o fluxo de empréstimos para empresas e famílias caso a crise se agrave, pois há uma compreensão muito grande dos bancos de que a economia brasileira tem um setor privado sólido.

Fonte: Agência Estado

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