O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região lançou nesta quarta-feira 13 de maio a cartilha "Saia do Isolamento", com o objetivo de combater o assédio moral e estimular a solidariedade entre os trabalhadores dentro dos bancos. A reportagem abaixo, de Gisele Coutinho, faz parte da campanha.

"O assédio moral não destrói apenas sua vida profissional. Acaba com sua vida pessoal também." A bancária do Itaú Maria dos Santos (nome fictício para preservar a identidade da trabalhadora) fala com tristeza sobre o assédio moral sofrido em seu local de trabalho e da falta de solidariedade dos colegas de profissão.

Maria, que possui deficiência em uma perna, viu sua vida virar de ponta cabeça quando foi admitida pelo Itaú. A funcionária começou a ser infernizada por uma outra trabalhadora que tentava prejudicá-la fornecendo informações propositalmente erradas para prejudicar seu trabalho, agredindo fisicamente com beliscões e até cortando com uma tesoura a meia que ela usava para proteger sua perna. "As situações eram tão absurdas que comecei a perder a percepção do que era real. Foram tantas humilhações que achava que estava vivendo um pesadelo", disse Maria, que resolveu procurar o Sindicato por sugestão de um médico.

Procurar o Sindicato é primordial para obter informações e proteção contra os maus tratos. Os bancários que já passaram por situações como essa, sabem que também é fundamental a solidariedade dos colegas de trabalho. Para estimular o debate sobre o tema e a importância de denunciar o assédio moral, o Sindicato lança a campanha "Assédio Moral, Saia do Isolamento". "Com a crise financeira internacional e as fusões e aquisições, os bancos estão aumentando a pressão e as ameaças de demissão tornaram-se uma constante. Por isso, o Sindicato decidiu lançar uma nova campanha. Os bancários vão receber cartilhas, panfletos, adesivos e diversos materiais que explicam o que é o assédio moral e como se defender desse mal que acaba com a saúde do trabalhador", explica Walcir Previtale, secretário de Saúde do Sindicato.

Maria destaca que procurar sua entidade representativa foi a melhor escolha. "Fui orientada pelos dirigentes sindicais, pela Secretaria de Saúde, pelos advogados indicados pela entidade e isso tudo nunca me custou dinheiro algum", explica. "E mais que isso, recebi apoio, orientação de pessoas que me ouviram, que me ajudaram."

Maria ingressou com ação contra o Itaú, que está em andamento. Ela aconselha os trabalhadores a se aproximarem de seus sindicatos, sindicalizarem-se e buscar constantemente as orientações que o Sindicato dá aos trabalhadores por meio do site e da Folha Bancária. "Se você não denunciar as humilhações que caracterizam o assédio moral, você estará se destruindo", completa.

Gisele Coutinho – 13/05/2009

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb São Paulo