Mas as medidas enfrentam forte resistência popular. Nesta terça, são esperadas multidões nas ruas de Atenas, que estarão sendo observadas por 5 mil policiais. A greve geral deve prejudicar o funcionamento da maioria dos serviços públicos do país, inclusive os aeroportos e linhas de trens.
O novo ministro das Finanças do país, Evangelos Venizelos, admitiu que os cortes propostos são "injustos", porém necessários. Ele instou os partidos políticos a trabalharem pelas medidas, para construir uma "força nacional maior".
A votação a ser iniciada nesta quarta é considerada crucial para o destino financeiro da Grécia. Se as medidas de austeridade forem rejeitadas, é possível que a UE e o FMI não liberem os 12 bilhões de euros, o que, por sua vez, deixaria os gregos muito perto de declarar uma moratória de sua dívida. Papandreou disse que a aprovação de medidas de austeridade é a única forma de reeguer a Grécia
O correspondente da BBC em Atenas, Chris Morris, disse que uma derrota governamental na votação também provocaria temores por toda a zona do euro, que temerá o contágio da crise para outros países.
Papandreou fez nesta segunda um pedido à Europa, "para que dê à Grécia o tempo e os termos que ela necessita para pagar suas dívidas, sem estrangular o crescimento ou seus cidadãos". Mas o principal líder da oposição, Antonis Samaras, do Partido Nova Democracia, disse que a ideia por trás do pacote de austeridade é falha e que os impostos deveriam ser, na verdade, reduzidos, para estimular a economia.
Resgate
Ao mesmo tempo, a União Europeia e o FMI já discutem um segundo pacote de resgate, que pode ser de tamanho semelhante ao do primeiro (de 110 bilhões de euros). Mas os políticos querem, desta vez, que os credores privados também colaborem, relaxando a cobrança da dívida grega.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse na segunda-feira que os bancos de seu país ajudarão na recuperação grega ao estender para 30 anos o prazo de pagamento das dívidas e permitindo o reempréstimo a Atenas.
Fonte: BBC Brasil