Crédito: Contraf-CUT
"No entanto, é necessário reduzir ainda mais a Selic, de forma a aproximá-la dos níveis internacionais, e é inadiável forçar o sistema financeiro nacional a baixar de verdade as altas taxas de juros, o spread e as tarifas", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
"Há uma ausência total de transparência por parte dos bancos", denuncia ainda Carlos Cordeiro. "As reduções ocorrem em apenas algumas linhas de crédito, com tantas condicionantes impostas, que excluem a grande maioria dos clientes. Além disso, cada instituição usa nomenclaturas diferentes para seus produtos e serviços, o que impede comparações e a competição. Ou seja, os bancos estão enganando a população", alerta.
Conferência Nacional do Sistema Financeiro
Para Carlos Cordeiro, é preciso que o governo e as autoridades monetárias tomem medidas mais efetivas para que o barateamento do crédito chegue de fato à produção e ao consumo. Ele também defende a participação da sociedade nessa discussão.
"O crédito é estratégico para o desenvolvimento econômico e social do país e os bancos são concessões públicas. É urgente que o governo convoque uma conferência nacional do sistema financeiro, para que a sociedade possa discutir e definir qual o papel dos bancos na economia", defende o sindicalista.
Na avaliação do presidente da Contraf-CUT, esse tema ganhou ainda mais urgência e relevância com as notícias divulgadas na imprensa de que o Santander Brasil estaria negociando uma fusão com outras instituições financeiras.
"Se isso ocorrer, aumentará ainda mais a concentração bancária no Brasil, onde mais de 80% dos ativos e das operações de crédito estão nas mãos apenas dos cinco maiores bancos. Essa concentração é prejudicial à economia brasileira, pois a existência de cartel impede a redução de fato das taxas de juros e da concorrência", aponta.
"Tudo isso precisa ser discutido amplamente pela sociedade, numa conferência nacional, a exemplo das já realizadas sobre saúde, educação, segurança pública e comunicação, dentre outras", conclui Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT