O governo terá, este ano, uma ajuda inesperada para fechar suas contas. Por causa dos efeitos negativos da crise internacional sobre a economia, o Banco Central foi obrigado a mudar a trajetória de sua política monetária e, em vez de subir a taxa básica de juro, a Selic, terá de derrubá-la. Com isso, a conta dos juros ficará menos pesada, o que permitirá a queda mais fácil da dívida pública líquida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), principal indicador de solvência das contas públicas.

A área técnica do Tesouro Nacional estima que a dívida pública mobiliária federal é reduzida em R$ 8,6 bilhões para cada ponto porcentual de queda da Selic, após o período de um ano. O Banco Central (BC), por sua vez, calcula que para cada ponto porcentual de redução da Selic, a dívida pública líquida cai 0,25% do PIB, também depois de um ano. Isso significa que, se a taxa de juro cair três pontos porcentuais até dezembro, como estima o mercado – de acordo com o Boletim Focus da semana passada – a dívida cairá 0,75% do PIB. Esse impacto ocorrerá depois de um ano. Mas haverá um efeito sobre a dívida proporcional ao número de meses em que prevaleceram as novas taxas Selic.

Essa ajuda da queda da Selic, no entanto, não é garantia absoluta para a redução da dívida pública líquida, alertam os técnicos do governo. Outro fator terá efeito desfavorável para a trajetória da dívida. Se a economia crescer muito pouco este ano, advertem os técnicos, o ganho obtido com a queda dos juros poderá ser inteiramente anulado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado/ Ribamar Oliveira