Chegamos a mais um final de ano. É chegado o Natal; momento propício à reflexão, especialmente por se tratar de um ano atípico e muito difícil para as trabalhadoras e os trabalhadores, especialmente para as bancárias e os bancários.
Além da nossa constante luta contra a ganância dos banqueiros, ainda enfrentamos outra peleja desigual, através da disputa eleitoral, quando tivemos nossos direitos ameaçados por um projeto político bancado pela direita golpista, com o apoio da mídia venal.
Até parece que estamos repetindo a o editorial da edição do Natal passado; o que não seria nada demais, uma vez que os banqueiros agem sempre da mesma forma. Na busca de lucros cada vez maiores, continuam usando e abusando de todos meios disponíveis, quer sejam lícitos ou ilícitos, para alcançarem seus objetivos. Para isso, pressionam, escancaram a terceirização, exploram e demitem sem piedade.
A falta de funcionários em todos os bancos fez parte das nossas reivindicações na campanha deste ano. Obtivemos ganho real pelo décimo primeiro ano consecutivo, mas ainda não avançamos nessa questão, nem na valorização do piso, nem conseguimos ainda a isonomia entre novos e antigos funcionários.
No Santander, ao mesmo tempo que acompanhamos diversas reintegrações de companheiros vítimas de demissões em massa, também protestamos pela demora no fechamento do acordo aditivo.
Agora no final do ano, o HSBC assumiu o compromisso de suspender as demissões e rever as que foram aplicadas indevidamente.
Os protestos contra a falta de ar condicionado no ambiente de trabalho e demissões imotivadas se repetiram no Itaú ao longo deste ano.
A falta de segurança também foi uma constante em todos os bancos que atuam em nossa base, com destaque para o Bradesco, que detém a metade das 114 ocorrências de crimes contra bancos na Paraíba este ano.
No início do ano perdemos mais um banco atuando, com o fechamento do Banco Mercantil do Brasil.
As nossas atividades envolvendo os bancos públicos foram intensas e constantes, tanto em defesa do seu papel social, quanto na reivindicação de melhores condições de vida e de trabalho para os funcionários.
No Banco do Brasil, participamos ativamente das eleições para a Cassi e a Previ, prestigiamos a posse de novos bancários, denunciamos perseguição em unidades do banco e nos reunimos com diversos segmentos funcionais e administrativos em busca de melhorias para os nossos representados.
Participamos das eleições na Funcef e do Seminário sobre Isonomia, nos reunimos com os concursados da Caixa Econômica Federal e, também, com a Superintendência da instituição, cobrando soluções para o pagamento das horas extras, dentre outras demandas.
Durante a realização da conferência regional do Fetrafi-NE, estivemos reunidos com presidente do Banco do Nordeste do Brasil, que se mostrou receptivo às reivindicações da categoria. Entretanto, a direção do BNB manteve outra postura durante a campanha, cuja greve foi a mais demorada este ano.
Além da luta específica em defesa da categoria profissional, também nos desdobramos na esfera política. Evitamos o retrocesso, mas foi uma luta árdua em defesa da melhor proposta para os trabalhadores brasileiros.
À direita da direita, estavam os bancos, capitaneados pelo Itaú Unibanco. Uma das figuras mais proeminentes do maior banco privado da América Latina era a mentora do projeto econômico que queria dar autonomia ao Banco Central, terceirizar os serviços, inclusive em atividades fins, e causar um retrocesso sem precedentes nas relações trabalhistas no Brasil.
Em audiência recente, a presidenta reeleita, Dilma Rousseff, recebeu as centrais sindicais e reafirmou o compromisso feito durante a campanha eleitoral de ampliar o diálogo com os representantes dos/as trabalhadores/as e garantiu que vai manter as políticas públicas de geração de emprego e renda e a Política de valorização do Salário Mínimo.
Uma vez que os trabalhadores depositaram sua confiança no governo, agora é hora de ficarmos atentos às manobras da oposição conservadora que, mesmo com fraturas e divisões, segue firme e determinada em tentar inviabilizar o governo escolhido democraticamente.
E que tenhamos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo, recheado de esperança, confiança e otimismo. Afinal, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.