Crédito: Jailton Garcia
Jailton Garcia
Os trabalhadores do Itaú e do Santander definiram novas jornadas de mobilizações no segundo semestre deste ano nas Américas, durante a plenária de encerramento nesta quarta-feira (27) da 8ª Reunião do Comitê Sindical Internacional do Grupo Santander e da 6ª Reunião do Comitê Sindical Internacional do Grupo Itaú (ambos fóruns da UNI Américas Finanças).

O evento foi realizado no auditorio da Contraf-CUT, no centro de São Paulo, e contou com a participação de 80 dirigentes sindicais do Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Trinidad & Tobago, Bahamas e Estados Unidos.

"Precisamos fazer um esforço para concretizar as propostas aprovadas, como as mobilizações, a distribuição de jornais e a troca de informações, a fim de fortalecer a nossa organização e romper barreiras, como apontou o 3º Congresso Mundial da UNI no Japão", afirmou o presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças, Carlos Cordeiro.

"Muitos problemas são comuns, como a pressão no trabalho e as metas abusivas. Há, no entanto, questões diferenciadas, como as demissões no Brasil, e a falta de participação dos trabalhadores nos lucros em outros países", comparou o dirigente sindical, que é funcionario do Itaú.

"Estamos avançando, mas nós ainda temos dificuldades em pensar estratégias em nível continental. Por isso, é fundamental que as atividades definidas sejam encaminhadas em todos os países, como forma de sermos respeitados e podermos negociar um acordo marco nas Américas com o Santander, a exemplo da carta de principios já firmada pelo banco com os trabalhadores europeus", destacou a funcionária do Santander e diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa.

O novo chefe mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane, frisou que as redes sindicais dos bancos internacionais nas Américas têm sido exemplos de organização para os trabalhadores de todo mundo. "É preciso continuar avançando, a fim de ampliar as conquistas econômicas e sociais e firmar novos acordos globais, a exemplo do acordo marco assinado com o Banco do Brasil e válido para as Américas", salientou.

Haverá elaboração de jornais conjuntos, em línguas portuguesa e espanhola, para distribuição aos trabalhadores e clientes, mostrando a atuação dos dois bancos internacionais no continente.

Também será realizada uma semana continental de lutas, entre os días 21 e 25 de novembro, com manifestações em todos os países onde as duas instituições atuam.

Santander

Os dirigentes sindicais do Santander decidiram também realizar uma campanha permanente nas Américas, denunciando o desrespeito com os trabalhadores, através de demissões, metas abusivas, assédio moral e práticas antissindicais, dentre outros procedimentos do banco.

Foi definido intensificar a campanha de mídia unificada em cada país, com o mote "Santander, respeite o Brasil e os brasileiros", "Santander, respeite o Chile e os chilenos" e assim por diante. Também serão utilizadas as redes sociais da internet, como Facebook e Twitter.

No caso do Uruguai, onde o banco tem agido com mais respeito, segundo avaliação da Associação dos Empregados Bancários do Uruguai (AEBU), os trabalhadores farão uma campanha de solidariedade com o mote "Santander, respeite a América Latina e os latino-americanos".

Ainda será concluido o levantamento de informações sobre os acordos e convenções coletivas firmadas em todos os países, a fim de subsidiar as próximas negociações, visando estender as condições mais vantajosas para todos os trabalhadores do banco nas Américas, responsável por 44% do lucro mundial do Santander no primeiro semestre.

Itaú

Os trabalhadores decidiram contrapor a realiddade dos bancários no continente ao prêmio internacional de banco mais sustentável obtido pelo Itaú do jornal britânico Financial Times e do IFC (International Finance Corporation). Para os bancários, sustentabilidade deve começar em casa, com boas condições de trabalho para os funcionários e qualidade de atendimento aos clientes.

Também foram lembrados problemas comuns nos países latino-americanos onde o Itaú atua: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai. "Más condições de trabalho, índice alto de bancários lesionados ou com depressão, assédio moral e metas abusivas são problemas comuns", explica o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, André Rodrigues.

Fonte: Contraf-CUT

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