A Previ, fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil, divulgou nesta semana o balanço anual de 2017. O fundo acumula, no Plano 1, déficit de R$ 4,2 bilhões. O valor está abaixo da chamada linha de solvência e por isso, de acordo com a legislação e com o tamanho das reservas do plano, não precisa de equacionamento. Com isso, os participantes da Previ não terão que pagar contribuições extraordinárias. Os dirigentes do fundo apostam na alta rentabilidade da renda variável para recuperar resultados e avaliam a possibilidade de destinar parte dos ganhos para cobrir uma possível redução na meta atuarial.
Com cautela, Previ pensa em reduzir meta
A Previ avalia a possibilidade de utilizar resultados aferidos no 1º bimestre de 2018 somados à valorização das ações da Vale para reduzir em 0,25% a meta atuarial, que hoje é de INPC + 5,5%. Com o novo acordo de acionistas da Vale, o fundo poderá contabilizar as ações do investimento pelo valor de mercado – em 2015 chegou a R$ 11 e hoje passa de R$ 40 –, o que pode gerar resultado suficiente para bancar os R$ 4 bilhões necessários ao ajuste na meta.
Com pressa, Funcef já reduziu
Já os empregados e aposentados da Caixa vivem outra realidade. Em janeiro, a Funcef reduziu a meta atuarial de uma vez só, em 1 p.p. para 4,5%. A diretoria da Funcef calcula serem necessários R$ 6 bilhões para bancar a redução e já implementou a medida, enquanto o fundo, considerados todos os planos, acumula R$12,2 bilhões em déficits até novembro de 2017.
Ao contrário do que acontece com os participantes da Previ, o pessoal da Caixa já está pagando do próprio bolso. No REB e no Novo Plano, quem tem acessado a área de Autoatendimento no site da Funcef para realizar simulações de benefícios, encontra projeções cerca de 10% menores em comparação com dezembro de 2017.
“A redução da meta traz mais conforto aos dirigentes da Funcef, que são avaliados por performance. Ao implementar essa medida sem os recursos necessários, eles mostram que querem tão somente uma meta para bater, mesmo que isso signifique perdas para os participantes”, critica Fabiana Matheus.
Clique aqui para acessar a área de autoatendimento da Funcef e fazer a simulação de benefício futuro.
Renda variável eleva resultado da Previ
Embora tenha reduzido sua participação em renda variável, esse segmento foi considerado fator determinante para o resultado nos planos da Previ. No Plano 1, por exemplo, a rentabilidade da carteira de renda variável chegou a 21,34% ante a meta de 7,17% para o ano passado. Durante a apresentação dos resultados, o presidente da Previ, Gueitiro Guenso, afirmou que o foco agora é maximizar benefícios e olhar para frente. A Previ tem hoje mais de 200 mil participantes e cerca de R$ 180 bilhões em reservas.
Diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus comenta sobre o peso da renda variável na rentabilidade obtida pelo Plano 1 da Previ, o equivalente ao Reg/Replan da Funcef. “Esse plano tem mais de 40% de sua carteira em renda variável. Com a alta rentabilidade desse segmento, foi possível reduzir o déficit de R$ 13,9 bilhões para pouco mais de R$ 4 bilhões. Se estivessem apostando apenas na renda fixa, a situação seria bem pior”, alerta a diretora da Fenae.